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Mineiro que alegou ter carne humana em mala é condenado a internação na Holanda


Foto: Redes sociais
Begoleã Mendes Fernandes, mineiro de 26 anos, foi sentenciado pela Justiça holandesa a internação compulsória para tratamento psiquiátrico e ao pagamento de indenização à família de Alan Lopes, de 21 anos, assassinado em fevereiro de 2023.

O Ministério Público holandês solicitou à Justiça a internação compulsória de Begoleã após perícia concluir que ele desenvolveu um delírio paranoico em relação à vítima. O mineiro acreditava erroneamente que Alan era canibal e planejava matá-lo para depois comê-lo, motivando assim o homicídio. Segundo a Justiça holandesa, Begoleã é esquizofrênico, e o veredito foi proferido nesta quinta-feira (8).

Kamila Lopes, de 26 anos, afirmou em entrevista ao g1 Minas que a Justiça determinou uma indenização de 27,6 mil euros para a mãe dela e 17,5 mil euros para o pai. Essas indenizações têm o objetivo de compensar o dano e o trauma causados pelo assassinato de Alan.

A família de Kamila expressou sua satisfação com a sentença e afirmou não ter planos de recorrer da decisão judicial, desde que os parentes de Begoleã também não recorram. Quanto ao tratamento psiquiátrico, Kamila explicou que a internação será por tempo indeterminado e que Begoleã só será liberado quando estiver curado e apto a reintegrar-se à sociedade. O tratamento será custeado pelo governo holandês.
"A gente já imaginava essa condenação. Ficamos satisfeitos com a sentença".
Segundo a Justiça, o crime foi considerado premeditado, uma vez que Begoleã pesquisou na internet a pena para homicídio na Holanda antes do assassinato. Além disso, foi comprovado que não houve legítima defesa, pois não houve luta corporal entre vítima e condenado.

Com relação ao tratamento psiquiátrico, ela disse ao g1 que a internação é por tempo indeterminado e que Begoleã será liberado somente quando estiver curado e puder conviver novamente em sociedade. O tratamento será pago pelo governo holandês.

Kickboxer


Nos autos judiciais consta que Begoleã cresceu no Brasil e foi para Holanda no início de 2020. Ele queria começar uma carreira como kickboxer e encontrou uma academia em Amsterdã, onde treinava de quatro a cinco dias por semana.

Ainda segundo o documento, o condenado tinha vários empregos, mas ganhava pouco e tinha dificuldade em encontrar um lugar para dormir. Alan e a mãe dele ofereceram abrigo por algum tempo.

Havia um grupo de brasileiros em Amsterdã do qual Begoleã e Alan faziam parte. O condenado e a vítima também viveram algum tempo numa casa com outros rapazes, e Begoleã teve dificuldades para pagar as despesas, o que tornou incerta a permanência dele na Holanda.

Então, ele ligava para amigos e conhecidos pedindo abrigo, e Alan o ajudou várias vezes a encontrar um lugar para ficar.

Ministério Público holandês


Antes da condenação, o Ministério Público holandês pediu à Justiça a internação compulsória de Begoleã, após a perícia concluir que ele desenvolveu um delírio paranoico em relação à vítima.

Ainda de acordo com o MP, o crime, ocorrido em 26 de fevereiro de 2023, foi planejado. A vítima foi morta a facadas dentro de casa.

Relembre


Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, foi detido no dia 27 de fevereiro do ano passado em um aeroporto de Lisboa, com carne na mala.

Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal, ele pretendia viajar para Belo Horizonte e apresentou um cartão de identidade italiano, além de portar outros documentos de identificação em nome de terceiros, o que levantou suspeitas.

Duas semanas depois, o mineiro de Matipó, na Zona da Mata, foi extraditado para a Holanda, onde está preso desde 13 de março.

Um jornal português chegou a divulgar que a carne carregada na mala era humana, mas a polícia holandesa confirmou que o produto tinha origem bovina.

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