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Ministério Público da Bahia investiga Claudia Leitte por suposta intolerância religiosa e racismo

Ministério Público da Bahia investiga Claudia Leitte por suposta intolerância religiosa e racismo
Divulgação
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito civil para apurar uma denúncia de intolerância religiosa e racismo envolvendo a cantora Claudia Leitte. O caso se refere à suposta alteração da música Caranguejo (Corda do Caranguejo), lançada em 2004, durante sua época no Babado Novo. A mudança na letra teria causado descontentamento em representantes das religiões de matrizes africanas, que interpretam a substituição de termos relacionados ao orixá Iemanjá como um ato de apagamento cultural.

Hédio Silva Jr., advogado e ex-secretário de Justiça de São Paulo, representante do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), explicou a denúncia e destacou que a religião afro-brasileira é reconhecida como patrimônio cultural pelo Estatuto da Igualdade Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal. "A festa de Iemanjá e tudo que a representa é patrimônio cultural. Substituir o nome do orixá por 'Yeshua' não faz sentido no contexto da música e caracteriza uma descaracterização cultural", afirmou.

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) confirmou que não houve pedido formal para a alteração da letra pelos compositores originais da canção, e a mudança é atribuída exclusivamente à cantora.

Desdobramentos legais e críticasHédio Silva Jr. revelou que o próximo passo será requerer judicialmente explicações de Claudia Leitte sobre a alteração na letra. A ialorixá Jaciara Ribeiro, uma das autoras da denúncia, pretende processar a cantora por injúria religiosa, alegando que a mudança desrespeita a cultura afro-brasileira e ofende as lideranças religiosas.

"Essa atitude promove um apagamento cultural e histórico. Não é razoável desqualificar aspectos essenciais da cultura negra no Brasil", afirmou o advogado, destacando que a ação busca estabelecer um precedente para que situações semelhantes sejam levadas à Justiça.

Nas redes sociais, o caso gerou debates, com algumas críticas acusando o movimento de ser exagerado. Em resposta, Hédio destacou a importância de validar o sentimento religioso das religiões de matrizes africanas, muitas vezes tratadas com descaso no Brasil.

"Quando se trata de sentimento religioso cristão, o sistema jurídico é ágil em proteger. Mas, no caso das religiões de matriz africana, é tratado como 'mimimi'. Isso não será mais aceito", concluiu.
Fonte: Portal direitonews

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