Ministro da Defesa diz que prisão de Braga Netto ‘não foi surpresa para ninguém’ das Forças Armadas
17 de dez. de 2024
Reprodução
O ministro da Defesa, José Múcio, declarou nesta terça-feira (17) que a prisão do general Walter Braga Netto, ocorrida no sábado (14), não foi uma surpresa para ninguém nas Forças Armadas.
Ele ressaltou que, apesar de ser um constrangimento para o espírito de corpo do Exército, é essencial que todos se concentrem no futuro e preservem a reputação das Forças Armadas.
"É claro que isso (a prisão) era algo esperado. Há um desconforto entre os membros das Forças, mas isso já era previsto. Queremos que todos os envolvidos respondam perante a justiça. Mas é necessário que isso termine para que possamos seguir em frente e limpar a imagem dos inocentes. Sempre digo que cada um entrou nessa situação com seus CPFs, e devemos proteger o CNPJ das Forças Armadas", afirmou.
O ministro também revelou que foi informado pelo Comando do Exército sobre uma operação da Polícia Federal (PF), que resultou na prisão de militares no Rio de Janeiro e em Brasília. Os nomes dos alvos foram divulgados após o cumprimento dos mandados.
"Como mencionei, há um constrangimento entre os militares. É um colega, alguém com quem estudaram, e ele é o primeiro general quatro estrelas a ser preso no Exército, mas isso não foi surpresa para ninguém", completou.
José Múcio conversou com a imprensa após visitar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua residência em São Paulo.
O presidente deve ficar na cidade até quinta-feira (19) para se recuperar de uma cirurgia e de um procedimento na cabeça, realizados devido a um acidente doméstico que sofreu em outubro, quando caiu no banheiro do Palácio do Alvorada. De acordo com Múcio, o presidente queria saber como estava o ambiente nas Forças Armadas após a prisão de Braga Netto e também discutiu a proposta do governo enviada ao Congresso Nacional que estabelece a idade mínima de 55 anos para aposentadoria dos militares.
Atualmente, a aposentadoria ocorre após 35 anos de serviço, sem limite de idade. O projeto faz parte de um pacote de medidas para reduzir gastos públicos.
Entenda o caso
O general Walter Braga Netto está detido desde o final de semana na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. Ele é acusado de obstruir investigações sobre um plano de golpe de Estado em 2022. Uma sala foi adaptada para sua detenção, onde ele permanece sob vigilância.
Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na chapa de reeleição, foi preso durante uma operação da Polícia Federal. Na casa do general, no Rio de Janeiro, foram realizados mandados de busca e apreensão.
A PF também confiscou o celular de Braga Netto. No relatório que pediu sua prisão, a corporação apontou o envolvimento de Braga Netto em uma tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou em depoimentos à PF e ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o general tentou obter informações sobre seu acordo de delação premiada e entregou dinheiro para a Operação Punhal Verde e Amarelo.
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