Ministro de Lula critica atitude de Zema em relação ao projeto de renegociação da dívida dos Estados
22 de jan.
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, respondeu às críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a lei que cria o programa de renegociação das dívidas dos Estados com a União, sancionado com vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da EBC, nesta terça-feira (22), Rui Costa ressaltou que Minas é um dos Estados que historicamente “sempre atrasaram ou deixaram de pagar suas dívidas” com o governo federal. Ele explicou que, atendendo a um pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula apoiou o projeto que possibilita o pagamento dessas dívidas.
“O governador foi às redes sociais reclamar e atacar o governo federal, principalmente por causa de um artigo vetado, que ele entendia prejudicar Minas Gerais. No artigo vetado, a intenção do governador era que, além da renegociação da dívida com a União, o governo federal também pagasse a dívida de Minas com bancos privados e internacionais”, afirmou Rui Costa.
Após a sanção do projeto pelo presidente Lula em 14 de janeiro, Zema criticou, nas redes sociais, o governo federal, acusando-o de “querer que os Estados paguem a conta da sua gastança”. Ele alegou que os vetos de Lula trarão um prejuízo de R$ 5 bilhões para os cofres de Minas Gerais entre 2025 e 2026, uma crítica que foi rebatida por Rui Costa.
“É como se um amigo chegasse e dissesse: ‘estou te devendo, será que pode me dar um desconto para pagar parcelado?’ Você parcela e dá o desconto, mas ele diz: ‘se fosse realmente seu amigo, pagaria as dívidas com mais cinco pessoas’. O que você tem a ver com as dívidas dele com os outros? O povo brasileiro tem que pagar as dívidas que ele fez com outros bancos privados e internacionais?”, contestou o ministro.
Zema também teve desentendimentos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a sanção do projeto. Haddad acusou o governador mineiro de “esconder a verdade” e de criticar privilégios enquanto sancionava um aumento de 298% no seu próprio salário.
O Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados com a União (Propag) oferece alternativas para reduzir o cálculo dos juros, incluindo investimentos nos próprios Estados e depósitos em um Fundo de Equalização Federativa. A proposta prevê a redução da dívida por meio do abatimento de uma parcela, que pode ocorrer com a transferência de ativos estaduais para a União, como as estatais Cemig, Copasa e Codemig, no caso de Minas.
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