Mortes após queda de aviões sobem ao maior número em 10 anos no Brasil
O Brasil já registrou o maior número de mortes em acidentes aéreos dos últimos dez anos em 2024, com 148 vítimas fatais até o último domingo, quando ocorreu o mais recente acidente, em Gramado, no Rio Grande do Sul, no qual dez pessoas de uma mesma família perderam a vida após a queda de um avião de pequeno porte.
Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indicam um aumento de 92% no número de óbitos em comparação com 2023. O aumento foi impulsionado pela tragédia do voo 2283 da Voepass, ocorrido em 9 de agosto, em Vinhedo, São Paulo, que resultou na morte de 62 pessoas, o pior acidente aéreo no Brasil em 17 anos.
O Cenipa também revelou que o Brasil registrou o maior número de acidentes aéreos dos últimos dez anos, com um crescimento de 16% de 2014 a 2024. Em 2014, houve 296 acidentes, enquanto em 2024, até o dia 23 de dezembro, já foram registrados 345. Desse total, 41 acidentes resultaram em vítimas fatais.
Entre os tipos de incidentes mais comuns neste ano, o Cenipa registrou 1.007 ocorrências de falhas ou mau funcionamento de componentes das aeronaves, 922 colisões com aves e 234 falhas nos motores. O estado de São Paulo foi o mais afetado, com 685 incidentes, seguido pelo Rio de Janeiro (278), Pernambuco (166), Bahia (163) e Minas Gerais (157).
No acidente ocorrido em Gramado no domingo (22), o empresário Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi e sua família morreram. Ele era o proprietário e piloto do avião, que estava com sua esposa, três filhos, a irmã, o cunhado, a sogra e duas crianças a bordo.
Além das vítimas fatais, 17 pessoas em terra ficaram feridas, principalmente devido à inalação de fumaça, e foram socorridas nos hospitais locais. A aeronave, um bimotor modelo PA-42 Cheyenne, fabricado em 1990, decolou de Canela, cidade vizinha a Gramado, com destino a Jundiaí, em São Paulo. Antes de cair, o avião colidiu com a chaminé de um prédio, atingiu o segundo andar de uma residência e caiu sobre uma loja de móveis.
Os destroços também alcançaram uma pousada, onde duas pessoas sofreram queimaduras graves.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul e o Cenipa, da Força Aérea Brasileira, estão investigando as causas do acidente, com enfoques distintos. O Cenipa visa prevenir novos acidentes semelhantes, enquanto a polícia busca identificar possíveis responsáveis pela tragédia.
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