MP denuncia 20 integrantes da Mancha por ataque a ônibus com torcedores do Cruzeiro em rodovia
18 de dez. de 2024
Reprodução
O Ministério Público de São Paulo denunciou, na quarta-feira (18 de dezembro), 20 pessoas envolvidas no ataque da torcida Mancha Alviverde a torcedores do Cruzeiro, ocorrido em 27 de outubro deste ano, que resultou na morte de um torcedor e deixou outros 20 feridos em Mariporã, no interior de São Paulo. A promotoria afirmou que os denunciados assumiram o risco de matar, motivados por rancor, utilizando meios cruéis e que colocaram em risco a segurança de todos, dificultando a defesa das vítimas.
O ataque ocorreu na manhã de um domingo, quando dois ônibus com membros da Máfia Azul (torcida organizada do Cruzeiro) estavam a caminho de Belo Horizonte, vindo de Curitiba.
Os torcedores do Palmeiras, da Mancha Alviverde, atacaram os veículos na rodovia Fernão Dias, utilizando paus, pedras, barras de ferro e bombas.
Eles incendiaram e depredaram os ônibus dos torcedores do Cruzeiro, além de agredi-los fisicamente. Os cruzeirenses retornavam de uma partida contra o Athletico Paranaense, enquanto os palmeirenses haviam jogado contra o Fortaleza em São Paulo. O ataque aconteceu no pedágio de Mairiporã, na Grande São Paulo, e foi uma vingança por um confronto ocorrido na mesma rodovia, mas no estado de Minas Gerais, dois anos antes.
Naquela ocasião, os palmeirenses haviam sido os derrotados. O presidente da torcida, Jorge Luis Sampaio dos Santos, teve seus documentos roubados e depois exibidos como "troféu" em jogos do Cruzeiro. O advogado Renan Bohus, que representa os torcedores do Cruzeiro, afirmou que eles estavam dormindo quando o ataque aconteceu. "Os torcedores rivais jogaram pregos na pista e, quando o ônibus parou, arremessaram coquetéis molotov, rojões e várias bombas. Invadiram os ônibus com pedaços de madeira e agrediram as pessoas", disse ele.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontrou no local objetos usados para furar pneus, conhecidos como miguelitos, além de fogos de artifício e bombas caseiras. Um dos ônibus dos cruzeirenses foi incendiado, enquanto o outro foi depredado.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram o ônibus em chamas e os torcedores feridos sendo agredidos.
Após o ataque, o Ministério Público comparou a torcida Mancha Alviverde a uma organização criminosa, afirmando que algumas torcidas organizadas atuam como facções criminosas, o que justifica a atuação do Gaeco. Jorge Luis Sampaio dos Santos, ex-presidente da torcida palmeirense e suspeito de participação no ataque, foi preso no dia 11 de dezembro. No mesmo dia, o vice-presidente da torcida, Felipe Mattos dos Santos, conhecido como Fezinho, também se entregou.
Comentários