MPF denuncia trio por enviar ilegalmente mil brasileiros, incluindo crianças, para os EUA

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MPF denuncia grupo por contrabando de migrantes e envio ilegal de crianças para os EUA.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na última terça-feira (10), três pessoas acusadas de envolvimento em uma organização criminosa responsável por enviar ilegalmente cerca de mil brasileiros para os Estados Unidos por meio da fronteira com o México. A denúncia é resultado da Operação El Paso, conduzida pela Polícia Federal, em conjunto com a Unidade Nacional de Enfrentamento ao Tráfico Internacional de Pessoas e ao Contrabando de Migrantes do MPF (UNTC).

De acordo com as investigações, o esquema ilegal funcionava desde 2018 e envolvia a cobrança antecipada de parte do pagamento pelas vítimas — incluindo crianças e adolescentes. O valor cobria passagens aéreas para países da América Central, transporte terrestre, hospedagem e a travessia clandestina até território norte-americano. Os pagamentos eram realizados em dinheiro ou por meio de veículos, que eram armazenados em um galpão e revendidos em Ipatinga (MG).

As apurações revelaram movimentações milionárias, comprovadas por extratos bancários, documentos, áudios e registros de transações financeiras. Entre as provas, também foram localizadas procurações que autorizavam os denunciados a vender bens das vítimas no Brasil, além de registros de hotéis, passagens e comunicações com coiotes internacionais.

No total, mais de mil vítimas foram identificadas. Parte delas foi detida pela imigração norte-americana, enquanto outras permanecem ilegalmente nos EUA. A investigação também apontou significativa evolução patrimonial dos acusados durante o período da atuação criminosa.

Caso a denúncia seja aceita pela Justiça Federal, os três denunciados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, contrabando de migrantes e envio ilegal de crianças ou adolescentes ao exterior.

Segundo o artigo 232-A do Código Penal Brasileiro, o crime de contrabando de migrantes ocorre quando alguém facilita, de maneira ilegal e com fins lucrativos, a entrada ou permanência de outra pessoa em país estrangeiro. A pena pode variar de 2 a 5 anos de prisão, além de multa. A punição é aumentada se houver risco à vida ou à integridade da vítima, emprego de violência ou envolvimento de menores de idade.

Fonte: MPF