Nova técnica identifica consumo de ultraprocessados por meio de moléculas no sangue e urina
gazetadevarginhasi
23 de mai.
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Uma nova técnica científica promete revolucionar a forma como identificamos o consumo de alimentos ultraprocessados. Pesquisadores utilizaram moléculas presentes no sangue e na urina para medir, de forma precisa, a ingestão desse tipo de alimento por indivíduos. O estudo foi publicado na revista Plos Medicine e destaca como essa abordagem é mais confiável do que métodos tradicionais, que dependem da memória e autorrelato dos participantes.
Os testes foram realizados com 718 adultos saudáveis, entre 50 e 74 anos, que por um ano registraram o que comiam. Utilizando algoritmos de aprendizado de máquina, os cientistas cruzaram esses dados com as amostras biológicas e observaram que, em média, 50% das calorias ingeridas vinham de produtos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos, embutidos e refrigerantes. Essa proporção variou entre 12% e 82% entre os participantes.
O consumo elevado de ultraprocessados foi associado ao aumento de carboidratos simples, açúcares adicionados e gorduras saturadas, com queda no consumo de fibras e proteínas. Além disso, amostras de pessoas que comiam mais esse tipo de alimento apresentaram metabólitos ligados ao risco de diabetes tipo 2. Um dado curioso: foram detectadas moléculas vindas de embalagens plásticas nos corpos dos participantes — evidência de possível contaminação adicional pela forma como os alimentos são embalados.
A equipe do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, responsável pela pesquisa, pretende agora expandir os testes para públicos mais jovens e com dietas variadas. O objetivo é entender melhor a ligação entre ultraprocessados e doenças crônicas, como o câncer. A nova técnica promete transformar os estudos nutricionais, oferecendo dados mais precisos para formulação de políticas públicas e promoção de uma alimentação mais saudável.
Alimentos ultraprocessados geralmente contêm ingredientes artificiais ou altamente processados, como gordura vegetal hidrogenada, emulsificantes, espessantes, corantes e realçadores de sabor — substâncias raramente encontradas em uma cozinha comum.
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