OPAS alerta para déficit de médicos nas Américas e risco ao acesso à saúde
gazetadevarginhasi
5 de mai.
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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta preocupante: mais de um terço dos países do continente americano enfrenta uma escassez crítica de médicos e profissionais de saúde, o que pode comprometer o acesso universal à saúde. Segundo o novo Relatório da Força de Trabalho da Área de Saúde nas Américas, até 2030 poderá faltar cerca de 2 milhões de profissionais no setor.
Atualmente, 14 dos 39 países da região não possuem enfermeiros, médicos ou parteiras em quantidade suficiente. A média geral é de 66,5 trabalhadores da saúde por 10 mil habitantes — superior ao mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (44,5), mas os dados escondem disparidades gritantes.
Enquanto os EUA contam com mais de 130 enfermeiras por 10 mil habitantes, no Haiti são apenas 3,8. No Brasil, estima-se que haja cerca de 2,98 médicos por mil habitantes — ainda abaixo dos 3,7 recomendados pela OCDE. Além disso, a distribuição é desigual: 48 grandes cidades concentram 58% dos médicos, enquanto mais de 4.800 municípios pequenos ficam com apenas 8%.
O relatório também destaca uma mudança de perfil: em 2025, pela primeira vez, o Brasil terá maioria feminina na profissão médica, com 50,9%, número que deve chegar a 55,7% até 2035. Mas, apesar do crescimento numérico, a má distribuição e as condições precárias continuam sendo gargalos.
O diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, defende investimentos urgentes em formação, melhores condições de trabalho e políticas públicas eficazes para fixar profissionais em áreas remotas. Ele alertou que sem a “espinha dorsal” dos sistemas de saúde — a força de trabalho — o acesso universal torna-se inviável.
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