Oposição lança ofensiva contra a primeira-dama por falta de transparência no "Pacote Anti-Janja"

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O novo líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolou, na quarta-feira (5), juntamente com outros parlamentares opositores, uma série de pedidos de informações sobre as atividades da primeira-dama, Janja da Silva, em um movimento apelidado de "Pacote Anti-Janja".

Os requerimentos questionam a equipe de assessores de Janja, sua posição funcional no Palácio do Planalto, seus gastos com passagens e diárias no exterior, e a legalidade de sua representação do Brasil em eventos internacionais, substituindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Cinco requerimentos foram encaminhados a diferentes ministérios, incluindo Relações Exteriores, Fazenda, Planejamento e Casa Civil, além da Controladoria-Geral da União (CGU). Um dos documentos argumenta que, como Janja não ocupa um cargo público oficial nem foi diplomada para cargos eletivos, não há base legal para que ela represente o Brasil na ausência das autoridades competentes, como o presidente ou vice-presidente.

A oposição também critica a falta de transparência e o controle sobre os gastos da primeira-dama, citando uma reportagem que estima o custo do "Gabinete de Janja", uma estrutura não oficial do governo, em cerca de R$ 2 milhões por ano, com base nos dados de 2023 e 2024.

Polêmicas envolvendo a primeira-dama

Recentemente, Janja começou a divulgar sua agenda oficial de compromissos após pressões por mais transparência sobre suas atividades. Ela anunciou que viajará pelo Brasil com ministros e o presidente Lula para acompanhar políticas públicas, além de participar de representações internacionais em nome do governo, o que gerou desconforto até entre membros do primeiro escalão.

Além disso, a criação de um gabinete informal no Palácio do Planalto, a falta de transparência sobre sua agenda e algumas declarações públicas têm causado polêmica dentro do governo. Após as críticas, Janja passou a divulgar sua agenda oficialmente no Instagram, mesmo quando não há compromissos públicos programados. Embora formalmente não exista o cargo de primeira-dama, ela tem sido cobrada devido ao número de reuniões e eventos do governo em que participa.

Problemas judiciais

Janja também enfrenta uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que pede o despejo de seu gabinete no Palácio do Planalto e a exoneração dos servidores que trabalham para ela. A ação foi apresentada pelo vereador de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo), com base em uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo que revelou que Janja gastou R$ 1,2 milhão em viagens oficiais desde o início do governo Lula. O vereador também solicita a proibição do uso de recursos públicos para cobrir despesas de sua equipe.

Controvérsias em viagens internacionais

A primeira-dama também esteve envolvida em algumas polêmicas durante viagens internacionais. Em setembro de 2023, ao chegar na Índia para a Cúpula do G20, Janja publicou um vídeo dançando e fazendo piadas, em um momento em que o Rio Grande do Sul estava enfrentando uma tragédia

devido a um ciclone extratropical, que causou 50 mortes. Já em novembro de 2024, durante um evento no Rio de Janeiro, Janja fez um xingamento em inglês ao bilionário Elon Musk, o que gerou ainda mais controvérsia, especialmente porque ele estava prestes a assumir um cargo no governo de Donald Trump. Lula, em seguida, tentou minimizar o episódio, pedindo uma abordagem mais respeitosa.

Fonte:O tempo