Paciente sobrevive mais de 100 dias com coração de titânio, um marco na medicina
gazetadevarginhasi
14 de mar.
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Pela primeira vez na história, um paciente sobreviveu mais de 100 dias utilizando um coração totalmente artificial feito de titânio. O australiano, que optou por não revelar sua identidade, sofria de problemas cardíacos graves e aguardava um transplante quando recebeu o dispositivo inovador.
Em novembro de 2024, com o agravamento de seu quadro, médicos obtiveram autorização para implantar o BiVACOR, um coração artificial desenvolvido para manter a circulação sanguínea em pacientes que esperam um órgão compatível. O dispositivo, que já foi testado em outros cinco pacientes no mundo, nunca havia sido utilizado por tanto tempo em um ser humano.
Na última semana, o paciente recebeu um coração doado e passou por um transplante bem-sucedido. Ele está se recuperando da cirurgia e os médicos consideram seu caso um marco na medicina, abrindo novas possibilidades para pacientes que enfrentam longas filas de espera por um coração compatível.
O BiVACOR é uma substituição total do coração e funciona por meio de um rotor suspenso magneticamente, que bombeia o sangue pelo corpo em pulsos regulares. Feito de titânio, pesa cerca de 650 gramas e é pequeno o suficiente para caber até mesmo no corpo de uma criança de 12 anos.
O dispositivo é alimentado por uma bateria externa recarregável, conectada ao paciente por um fio no peito. Atualmente, a bateria dura cerca de quatro horas antes de exigir troca, mas pesquisadores já estudam tecnologias que poderiam permitir o carregamento sem fio, semelhante ao de um celular.
A professora Sharon Pickering, vice-reitora da Universidade Monash, onde os estudos sobre o dispositivo são conduzidos, destacou a importância desse avanço:
“Este marco revolucionário na história médica australiana é um triunfo da ciência e uma fonte de esperança para pacientes e famílias. É um lembrete pungente da importância da pesquisa médica – possibilitada pelos excelentes relacionamentos entre universidades, hospitais e a indústria – para melhorar e salvar as vidas de milhões de pessoas.”
Os cientistas agora estudam formas de tornar o BiVACOR uma solução definitiva para pacientes com insuficiência cardíaca severa, sem a necessidade de um transplante no futuro.
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