Pentágono afirma que ataques dos EUA atrasaram programa nuclear iraniano em até dois anos
gazetadevarginhasi
3 de jul.
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O Pentágono anunciou nesta quarta-feira (2) que os recentes ataques norte-americanos contra três instalações nucleares do Irã podem ter atrasado o programa atômico do país em até dois anos. A nova estimativa contraria a narrativa do presidente Donald Trump, que declarou que as usinas haviam sido completamente obliteradas.
“Atrasamos o programa deles em um ou dois anos, pelo menos avaliações de inteligência dentro do Departamento [de Defesa] indicam isso”, afirmou o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, durante coletiva de imprensa. Ele acrescentou que aliados internacionais parabenizaram os EUA e o presidente pela “operação ousada” que, segundo ele, ajudou a estabelecer condições para estabilidade global.
Essa avaliação diverge da opinião de Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que afirmou à CBS que o Irã pode retomar o enriquecimento de urânio em “questão de meses”, caso decida reativar suas cascatas de centrífugas.
Antes dos ataques, o Irã havia declarado oficialmente que possuía cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60% — acima do necessário para fins civis. Segundo a AIEA, se enriquecido a 90%, esse material seria suficiente para fabricar mais de nove bombas nucleares.
O governo iraniano continua negando intenções militares para seu programa nuclear, alegando fins exclusivamente pacíficos. Entretanto, após os bombardeios, Teerã suspendeu a cooperação com a AIEA, deixando a comunidade internacional sem informações claras sobre os estoques e atividades nucleares do país. “Não sabemos onde esse material poderia estar”, disse Grossi, evidenciando a perda de transparência.
O Pentágono, por sua vez, reiterou que continuará monitorando a situação e prometeu novas ações caso o Irã reinicie o enriquecimento em níveis militares. O próprio Trump já declarou que, se necessário, os EUA voltarão a bombardear as instalações iranianas.
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