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PF apura esquema de R$ 6,3 bilhões em benefícios do INSS envolvendo políticos, empresários e entidades rurais

  • gazetadevarginhasi
  • 1 de mai.
  • 2 min de leitura
PF apura esquema de R$ 6,3 bilhões em benefícios do INSS envolvendo políticos, empresários e entidades rurais
Divulgação
PF investiga fraude de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias envolvendo servidores do INSS e lobistas.

A Polícia Federal (PF) apura um esquema bilionário de fraude contra aposentados e pensionistas do INSS, estimado em R$ 6,3 bilhões, desviado entre 2019 e 2024. A Operação Sem Desconto investiga servidores públicos, empresários e representantes de entidades que, segundo a PF, organizaram descontos indevidos em benefícios previdenciários por meio de associações de fachada.

As investigações apontam que o esquema envolveu altos funcionários do INSS durante as gestões dos ex-presidentes Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dos principais alvos é Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, acusado de autorizar descontos fraudulentos em folha. Afastado por ordem judicial, ele deixou o cargo e nega envolvimento. Stefanutto foi indicado pelo atual ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT).

Outro investigado é Virgílio Antônio Filho, ex-procurador do INSS, afastado após suspeitas de enriquecimento ilícito. A PF identificou um aumento de R$ 18,3 milhões em seu patrimônio em apenas seis meses. Parte dos valores foi transferida para sua esposa, Thaisa Hoffmann Jonasson, por meio da empresa Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S/A. Ela utilizava um Porsche Taycan 2022 avaliado em R$ 1 milhão, de propriedade do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”.

Também figuram como suspeitos André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS, acusado de receber R$ 5,2 milhões por meio das empresas do filho, e Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança, que teria recebido R$ 313 mil da empresa de Antunes.

A PF considera Antônio Carlos Antunes o elo central da fraude. Ele teria recebido mais de R$ 53 milhões das entidades envolvidas e repassado valores a servidores. Seu nome está ligado a pelo menos 22 empresas. O relatório aponta que ele operava como intermediário para que associações aplicassem descontos em folha de pagamento de aposentados, utilizando dados obtidos de forma indevida.

Entre as associações sob investigação estão a Aapen e a AAPB, lideradas pela advogada Cecilia Rodrigues Mota. Segundo a PF, ela recebeu R$ 14 milhões em menos de um ano e realizou 33 viagens com transporte suspeito de malas com dinheiro. Em uma das viagens a Dubai, acompanhantes da presidente das entidades teriam levado 31 malas, gerando suspeita de transporte ilegal de valores em espécie.

O caso também envolve a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O presidente da entidade, Aristides Veras dos Santos, é acusado de solicitar descontos indevidos em mais de 34 mil benefícios. Entre 2019 e 2024, a Contag teria arrecadado mais de R$ 2 bilhões com essas práticas.

A PF também apura movimentações financeiras de Alberto Ercilio Broch, vice-presidente da Contag, e de outras funcionárias da entidade. Edjane Rodrigues Silva, secretária de Políticas Sociais, teria solicitado os descontos. Já Thaisa Daiane Silva, secretária-geral, é investigada por adquirir imóveis de alto valor após o início dos desvios.

A operação segue em andamento, com análise de documentos, transações bancárias e aquisição de bens que possam ter relação com o desvio de recursos públicos oriundos das aposentadorias.
Fonte: UOL

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