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Polícia Civil reconstitui trajeto dos últimos passos de romeiro desaparecido entre SP e MG


A Polícia Civil realizou na terça-feira (2) a reconstituição dos momentos finais antes do desaparecimento do romeiro Pedro Donizeti Francisco entre MG e SP, na Serra do Piquete. O idoso de Varginha (MG) desapareceu há mais de uma semana, quando se dirigia à cidade de Aparecida (SP). Apesar das buscas realizadas pela família de Pedro e pelo Corpo de Bombeiros, o romeiro ainda não foi encontrado.

Os procedimentos da Polícia Civil de SP começaram com a oitiva do filho de Pedro Donizeti Francisco, Pedro Augusto Francisco, que estava com o pai momentos antes do desaparecimento. “Conduzimos a oitiva para que ele pudesse explicar detalhadamente como os eventos se desenrolaram. Filmamos tudo para conseguir entender precisamente como ocorreu esse desaparecimento”, explicou o delegado de Piquete, Marcelo Vieira. Até o momento, não há suspeitas criminais, e foi aberto um procedimento de investigação de desaparecidos.

“Nosso objetivo é esclarecer rapidamente como tudo aconteceu. O Pedro [filho do romeiro] está colaborando conosco. Faremos uma reconstituição com o Instituto de Criminalística Paulista para compreender exatamente a dinâmica da descida pela trilha, a separação deles, e o subsequente desaparecimento. Vamos marcar pontos, usar um drone para fixar o local e entender como tudo ocorreu”, afirmou o delegado.

O filho do romeiro acompanhou os trabalhos da Polícia Civil e compartilhou sua experiência. Pedro Augusto Francisco mencionou que se distanciou do pai brevemente para ir ao banheiro e, ao retornar, não o encontrou.

“Foi questão de segundos. Pedi para ele esperar um pouco, mas quando voltei, ele já não estava lá. Pensei que ele tivesse descido continuando a trilha, mas ao chegar perto da gruta, perguntei, e ninguém o viu. Revirei toda a serra, mas não havia sinal dele. Precisamos encontrá-lo, morto ou vivo, para termos paz de espírito”, desabafou o filho do romeiro desaparecido.

Alarmes falsos
Antes do início dos trabalhos da Polícia Civil, familiares do romeiro faziam buscas para tentar encontrar o idoso. A procura foi paralisada, no entanto, devido aos “alarmes falsos” que chegavam como possíveis informações sobre o paradeiro do varginhense.

“A gente teve um alarme falso de ir lá em Aparecida. Pegamos o carro, tocamos pra lá, chegamos lá, mas ninguém viu, ninguém sabe. Agora a gente também encerrou as buscas, porque não tem onde procurar mais. É uma coisa muito triste, mas não tem outra saída”, afirmou Pedro Augusto Francisco, filho do romeiro.
O Corpo de Bombeiros informou que as buscas foram suspensas no sábado (30). Segundo os militares, a partir de agora, os trabalhos ficam a cargo da Polícia Civil.
Quem tiver informações sobre o paradeiro do romeiro desaparecido, pode informar as autoridades na base mais próxima da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros. O contato pode ser feito também por telefone, com a PM pelo 190 ou com os bombeiros pelo 193.

Dificuldade de informação
Assim como a família, os bombeiros também alertaram que a falta de informações é a principal dificuldade encontrada pela equipe. Além de serem mínimas, os alarmes falsos também prejudicam o trabalho de buscas.
“A principal problemática da gente, a principal dificuldade é a informação, porque as informações são mínimas, é só que ele desapareceu na trilha. O último que avistou foi o filho, mas foi um lapso de tempo bem curto que o filho falou que saiu um pouquinho da trilha e o pai desapareceu. Não temos informação de que outro romeiro viu ele acessar outro ponto da trilha, então informação é a nossa principal dificuldade”, afirmou o 1º tenente do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Luís Müller da Costa.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, outra dificuldade encontradas pelos militares é o terreno, que é muito acidentado e de mata fechada.

As buscas
As buscas começaram na terça-feira (26), quando houve o acionamento. Os trabalhos aconteceram entre 9h30 e 20h, e contaram com o apoio de helicópteros da Polícia Militar e cães farejadores, além de 13 bombeiros.
Os bombeiros passaram por uma trilha, enfrentando áreas esburacadas, de mata fechada e com lama. Os cães farejadores, que têm alta sensibilidade olfativa, acompanharam os bombeiros nos trajetos, procurando odores relacionados ao romeiro, que pudessem indicar qual caminho ele seguiu.

No entanto, as buscas foram suspensas no dia seguinte. Segundo a corporação, o trecho da trilha onde o idoso se perdeu é considerado curto, e pode ser percorrido entre 50 minutos e uma hora.

Dois cães farejadores usados nas ações indicaram que o romeiro saiu da trilha, no sentido da rodovia BR-459, que liga Lorena (SP) e Itajubá (MG). Segundo os bombeiros, isso indica que ele possa ter pegado uma carona e voltado para Varginha ou seguido para Aparecida.

Mesmo com a suspensão das buscas pelos bombeiros, o filho do romeiro, Pedro Augusto Francisco, continuou procurando pelo pai. Na sexta-feira (29), ele esteve em Lorena (SP) atrás de uma pista, mas ao chegar na cidade se deparou com uma falsa informação.

“Para a gente está muito triste, é muito alarme falso. Queria que o povo ajudasse, por favor. Isso está deixando a gente desesperado”, disse.
No sábado (30), o Corpo de Bombeiros retomou as buscas pelo romeiro. Os militares contaram com o apoio de romarias de Varginha com cerca de 40 voluntários. As buscas aconteceram na Trilha da Gruta de São Miguel Arcanjo, em Piquete, e na rodovia BR-459.

Segundo os bombeiros, participaram das buscas 11 bombeiros, três viaturas e, aproximadamente, 40 civis voluntários. Foram percorridos mais de 60 km entre trilhas, estradas e rodovias. Depois de todo trabalho realizado nos últimos dias, os bombeiros descartaram a área procurada.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, todas as informações foram repassadas às autoridades competentes que irão dar prosseguimento ao processo de investigação. As buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros foram encerradas no sábado no final da tarde. O familiar do romeiro e os voluntários foram orientados quanto aos procedimentos técnicos realizados.
Fonte: G1

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