Polícia prende cinco jovens em operação contra célula neonazista em MG e SP
gazetadevarginhasi
19 de jun.
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Divulgação
Operação Overlord prende cinco jovens suspeitos de integrar célula neonazista em Minas e São Paulo.
Cinco homens, com idades entre 18 e 20 anos, foram presos preventivamente na manhã desta quarta-feira (18/6), durante a operação Overlord, deflagrada pelas polícias civis de Minas Gerais (PCMG) e de São Paulo (PCESP). A ação teve como alvo uma célula neonazista que atuava de forma articulada nos dois estados.
Além das prisões, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Nova Lima e Poços de Caldas, em Minas Gerais, e em Campinas, no interior paulista. Os suspeitos respondem pelos crimes de organização criminosa e incitação ao preconceito e à discriminação por raça, etnia, religião e procedência nacional, conforme previsto na Lei 7.716/89. Um dos investigados, preso na capital paulista, também foi autuado em flagrante por posse de material de pornografia infantil.
Durante a operação, os policiais apreenderam vasto material ligado às atividades do grupo extremista. Entre os itens encontrados estavam armas brancas como facas, machadinhas, canivetes e espadas; equipamentos paramilitares como fardamentos, algemas e spray de pichação; além de dispositivos eletrônicos como celulares, computadores, pen drives, videogames e máquinas digitais. Também foram localizados livros com temas militares, exemplares sobre Adolf Hitler, um caderno com anotações de símbolos nazistas e um emblema contendo o retrato falado do terrorista Theodore Kaczinsky, conhecido como Unabomber.
As investigações tiveram início em dezembro de 2023, após uma denúncia enviada pela Homeland Security Investigations (HSI), agência vinculada à embaixada dos Estados Unidos em Brasília. A partir de dados obtidos nas redes sociais, os policiais identificaram discursos de ódio, apologia ao nazismo e incitação à violência contra grupos marginalizados.
O principal investigado, preso em Belo Horizonte, seria o líder do grupo. Segundo a PCMG, ele atuava como coordenador das ações da célula nos demais municípios, organizando atividades e estratégias de contrainteligência. O grupo também teria promovido pichações com símbolos nazistas, fixação de cartazes antissemitas e atos violentos contra pessoas LGBTQIA+ e militantes antifascistas.
De acordo com os levantamentos, os membros da célula ainda tentavam financiar suas ações por meio da venda de emblemas neonazistas produzidos com impressoras 3D e também do tráfico de drogas.
O nome da operação, Overlord, remete à ofensiva militar dos Aliados na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial, que resultou na derrota do regime nazista de Adolf Hitler. As investigações continuam com foco na análise do material apreendido.
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