Presidente da Câmara reforça que anistia do 8 de Janeiro depende de decisão dos líderes partidários

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Hugo Motta diz que decisão sobre anistia do 8 de Janeiro cabe ao colégio de líderes

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reiterou que qualquer avanço no projeto de lei que propõe a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 dependerá de decisão do colégio de líderes — grupo que reúne as lideranças partidárias da Casa. A declaração foi feita por meio das redes sociais e ocorre em meio a pressões de diferentes setores: de um lado, a oposição articula para acelerar a tramitação do projeto; de outro, a base governista trabalha para barrar qualquer discussão sobre o tema.

Sem mencionar diretamente a proposta de anistia, Motta destacou a importância do diálogo institucional: “Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, escreveu.

Apesar da tensão crescente, o presidente da Câmara optou por ampliar seu feriado prolongado e se ausentou do Congresso nesta semana. Segundo sua equipe, trata-se de uma viagem particular, cujo destino não foi informado. Enquanto isso, quem comanda a Câmara é o vice-presidente da Casa, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ).

Altineu, aliás, é um dos principais articuladores da proposta de anistia. Ao lado do líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou na última segunda-feira (14) um requerimento de urgência para a tramitação do projeto. O pedido ainda precisa ser submetido ao plenário para que a proposta ganhe rito acelerado.

A expectativa era de que o tema fosse discutido na tradicional reunião do colégio de líderes, que ocorre às quintas-feiras. No entanto, na semana passada, Hugo Motta cancelou o encontro. Nesta semana, o presidente também dispensou os parlamentares da obrigação de comparecer presencialmente a Brasília, devido à Semana Santa, liberando as votações para serem feitas por meio eletrônico.

A movimentação política em torno da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, marcada pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, segue dividindo o Congresso e promete continuar sendo um dos temas mais delicados e polarizados do cenário nacional nas próximas semanas.

Fonte:O tempo