Prevenção em Pauta - 12/02/2025
- gazetadevarginhasi
- 12 de fev.
- 4 min de leitura

Prevenção e Primeiros Socorros em Casos de Engasgo Infantil:
Protegendo Vidas e Salvando Crianças
No Brasil, mortes infantis por obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) ou popularmente chamadas de engasgo são uma triste realidade, mas podem ser evitadas com conhecimento e prevenção. Segundo o Ministério da Saúde, essa emergência está entre as principais causas de mortes acidentais em crianças menores de 7 anos.
As vias aéreas servem como um canal que liga o nariz e a boca aos pulmões. A obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE) acontece quando um objeto fica preso nessa área, bloqueando, total ou parcialmente, o fluxo de ar. Essa obstrução pode ocorrer ao ingerir alimentos líquidos ou sólidos, ou mesmo ao manipular objetos, como brinquedos, bloqueando a passagem de ar e gerando risco de asfixia.
Muitas situações podem ser evitadas com medidas preventivas e com treinamentos adequados. Como a tragédia que aconteceu com o menino Lucas Begalli Zamora, de apenas 10 anos, que, durante um passeio escolar em 27 de setembro de 2017, se engasgou durante o lanche. Infelizmente, não havia adultos com conhecimento em primeiros socorros disponíveis para agir de maneira rápida e eficaz. O serviço de emergência foi acionado, e o menino foi transferido para um hospital em uma UTI móvel, mas, infelizmente, não resistiu e faleceu. Após esse acontecido sua mãe foi para rede social e divulgou uma página ensinando pessoas as manobras de primeiros socorros. Assim surgiu a Lei federal, Lei Lucas, nº 13.722, de 4 de outubro de 2018, determina que professores e funcionários de escolas e parques de recreação infantil recebam capacitação em primeiros socorros.
PREVENÇÃO
DO ENGASGO
• Supervisione as crianças e bebês enquanto estiverem comendo
• Ensine as crianças a comer com calma, mastigar corretamente e não falar com a boca cheia;
• Incentive as crianças a ficar sentadas enquanto comem;
• Certifique-se de que bebês e crianças pequenas não alcancem objetos pequenos suficiente para eles engolirem;
• Lembre-se de que as crianças podem engasgar com plástico macio e borracha (por exemplo, balões estourados), bem como objetos, portanto, mantenha esses itens fora de alcance.
• Brinquedos com menos de 4 cm de diâmetro são riscos de asfixia para bebês e crianças. Use a seguinte regra: se um objeto pode passar um tubo de papel higiênico, não é seguro para crianças menores de 4 anos.
PRIMEIROS SOCORROS CRIANÇA

OVACE PARCIAL - via aérea está parcialmente bloqueada, a tosse é a resposta do corpo à essa obstrução, uma tentativa de expelir esse corpo estranho. Ele representa um quadro menos grave, no qual ainda há passagem de ar, e que muitas vezes é auto resolutiva, através da tosse. Portanto, diante de uma vítima que apresenta tosse, o prestador de primeiros socorros deverá tentar acalma-la, incentivar a tosse e monitora-la até a resolução do quadro ou possível evolução para uma obstrução total.

O OVACE TOTAL - ocorre quando a via aérea está completamente bloqueada, resultando em parada respiratória e risco de morte. A vítima não consegue expelir o corpo estranho sozinha, necessitando de manobras de desengasgo para reduzir o tempo de hipóxia e evitar a inconsciência, PCR e morte. prestador de primeiros socorros deve se posicionar atrás da vítima, ao lado, colocando um dos seus pés entre os pés da pessoa.
Apoie as costas dela contra o seu corpo. Envolva seus braços ao redor da cintura da vítima, feche o punho e coloque-o entre a cicatriz umbilical e a região epigástrica, cobrindo o punho com a outra mão. O prestador de primeiros socorros deve realizar compressões na sua direção e para cima, conhecidas como compressões em "J".

A foto mostra um prestador de primeiros socorros ajoelhado devido à altura da criança.
PRIMEIROS SOCORROS NEONATO
OU LACTENTE (28 dias a 1 ano)
Obstrução por sólido - abra a boca do paciente e realize uma inspeção visual, procurando por corpo estranho, retirando-o, se possível.
Obstrução por líquido - Solicite ao cuidador que tente sugar com sua boca, de modo a envolver a boca e o nariz do lactente/neonato. Caso o cuidador não realize o procedimento, suprima essa etapa e comece os procedimentos pelas tapotagens.
Se a obstrução persistir, coloque o lactente sobre o braço do socorrista:
• Apoie o corpo do bebê no antebraço, com as pernas separadas.
• O socorrista pode estar em pé, de joelhos ou sentado.
• Apoie o rosto com a mão, sem obstruir a via aérea.
• Vire o bebê de modo que o dorso fique voltado para o socorrista.
• Mantenha a cabeça do paciente mais baixa que o restante do corpo durante a desobstrução;

Execute cinco tapotagens entre as escápulas do lactente.
Se a obstrução persistir, vire o bebê de frente para o socorrista e siga estes passos:
• Gire o bebê sobre o antebraço, apoiando a cabeça com a mão.
• Mantenha a cabeça mais baixa que o corpo durante o procedimento.
• Observe a boca para detectar corpos estranhos e remova-os, se possível. Se não for visível, inicie as compressões torácicas
• Realize cinco compressões:
• Identifique o local (um dedo abaixo da linha intermamária).
• Use dois dedos para a compressão, escolhendo a melhor opção para alinhamento.


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