Produção de petróleo dos EUA deve atingir pico em 2027 e cair até 2050, diz AIE
gazetadevarginhasi
16 de abr.
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A produção de petróleo dos Estados Unidos atingirá o pico de 14 milhões de barris por dia (bpd) em 2027 e se manterá nesse patamar até o final da década, antes de iniciar uma trajetória de queda, segundo projeções da Administração de Informações sobre Energia dos EUA (AIE), divulgadas nesta terça-feira (15).
Segundo a agência, o país, que atualmente é o maior produtor mundial de petróleo, terá uma produção de cerca de 13,7 milhões de bpd em 2025, que cairá para 11,3 milhões de bpd até 2050. O auge da produção de petróleo de xisto (“shale”), que foi responsável por transformar o panorama energético dos EUA nas últimas duas décadas, também ocorrerá em 2027, com 10 milhões de bpd — antes de cair para 9,3 milhões de bpd até 2050.
Esse cenário contradiz a visão do presidente Donald Trump, que defende a expansão contínua da produção doméstica como forma de garantir independência energética. Segundo a AIE, as tarifas comerciais impostas por Trump a parceiros econômicos dos EUA têm desestimulado o setor, ao elevar custos com aço e equipamentos.
Além disso, a recuperação da demanda por petróleo, após a pandemia de Covid-19, deve se estabilizar já em 2026. A AIE prevê que o consumo americano passará de 20,51 milhões de bpd em 2025 para 20,52 milhões em 2026 — números abaixo do pico histórico de 2005 (20,80 milhões de bpd).
As incertezas econômicas e a intensificação da guerra comercial entre EUA e China também levaram a AIE a revisar para baixo suas estimativas de crescimento da demanda global de petróleo e os preços internacionais.
A cotação do petróleo Brent, referência global, deve ficar em média em US$ 67,87 por barril em 2025 — queda em relação à previsão anterior de US$ 74,22. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência dos EUA, cairia para US$ 63,88.
Com isso, o cenário aponta para um futuro de menor expansão no setor de petróleo dos EUA, em meio a custos crescentes, pressões regulatórias e mudança no perfil da demanda global.
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