Produtores rurais em Minas Gerais relatam prejuízos devido à falta constante de energia
31 de jan.
Reprodução
Produtores rurais de Minas Gerais estão enfrentando sérios prejuízos devido à falta constante de energia elétrica, que tem se intensificado com as chuvas recentes. A situação tem sido especialmente difícil para os produtores de leite, que dependem de fornecimento de energia contínuo para manter seus produtos. Em alguns casos, os danos chegam a R$ 80 mil em apenas alguns dias.
No distrito de Bananal, em Curvelo, na região Central do estado, os relatos de interrupções de energia são frequentes. Os produtores enfrentam perdas significativas de produtos perecíveis como leite e queijo, que são parte importante da cultura e da culinária mineira. O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Curvelo, Tiago Guimarães, destacou que a dificuldade de acionar a Cemig, responsável pelo fornecimento, tem agravado a situação. Além disso, a demora na resolução dos problemas e o risco de danos aos equipamentos elétricos também são questões alarmantes.
Em busca de soluções, muitos produtores têm recorrido à instalação de geradores, mas o custo de manutenção tem sido um grande obstáculo. O custo de operar os geradores, especialmente em períodos mais longos de falta de energia, tem gerado prejuízos elevados. Em um exemplo citado por Guimarães, ele teve um prejuízo de mais de R$ 80 mil em apenas oito dias de uso do gerador.
A falta de atendimento eficiente também é um problema, com críticas à terceirização das agências da Cemig, que dificultam o acesso rápido a soluções. O coordenador do Sindieletro MG, Emerson Andrada, afirmou que essa terceirização tem agravado a comunicação entre os consumidores e a empresa, resultando em uma assistência insatisfatória.
Marcos Vinicius da Silva Bizarro, presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), atribui os problemas a um histórico sucateamento da Cemig e defende que, para resolver essa questão, são necessários investimentos substanciais em infraestrutura elétrica ao longo de anos, com destaque para a construção de mais subestações e o incentivo ao uso de energias renováveis.
A Cemig, por sua vez, atribuiu as falhas no fornecimento de energia à combinação de chuvas fortes, ventanias e descargas atmosféricas, e informou que está implementando duas novas subestações na região e ampliando a Subestação Curvelo 2. A empresa também está realizando um investimento de R$ 50 bilhões em melhorias no sistema elétrico de Minas Gerais, com a previsão de aumentar o número de subestações até 2027.
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