Profissionais atuam diretamente na função de pulverização ou no acompanhamento à lavouras. O aplicador de agrotóxicos, por exemplo é exigido fazer um curso para manuseio de produtos químicos e se proteger. Por se tratar de profissões relativamente novas, os salários ainda variam de R$ 2 mil a R$ 10 mil.

Piloto de drones é um dos cargos que estará em alta em 2024, de acordo com pesquisa divulgada pelo Linkedin, como foi classificada pelas profissões que mais cresceram nos últimos cinco anos.
A agricultura surgiu como um dos setores mais em evidência onde é possível encontrar essas oportunidades, que, basicamente, oferecem vagas em duas áreas (onde empresas vão exigir que um mesmo piloto de drone cumpra as duas funções):
na pilotagem e configuração de drones pulverizadores, que aplicam agrotóxicos, defensivos biológicos, sementes e adubos nas plantações;
na condução de drones que mapeiam as lavouras para que, dessa forma, a fazenda consiga planejar a colheita, prever rendimento e perdas, além de detectar pragas e doenças.
No entanto, é necessário investir em profissionalização:
Na área de pulverização, o piloto precisa, obrigatoriamente, ser aprovado no Curso de Aplicação Aeroagrícola Remota (CAAR), onde ele vai aprender a configurar drones e a manusear agrotóxicos;
Já os profissionais de mapeamento é costumeiro ter graduação em Agronomia, Geologia, Engenharia Civil e Florestal.
Onde é possivel encontrar demanda por pilotos?
De acordo com informações de Vieira, do Sindag (SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE AVIAÇÃO AGRÍCOLA), hoje a maior demanda do mercado brasileiro, está na área de pulverização.
"Já existem muitas empresas que fazem o serviço de mapeamento. Mas ainda não tantas capazes de realizar uma pulverização que seja compatível com esse mapeamento, sabe?", explica o integrante do Sindag.
Contudo, há exceções. "Na nossa região, o mapeamento está crescendo mais que pulverização", conta o piloto João Eder Naimeg, que trabalha no município mineiro de Patrocínio (MG), onde há muitas lavouras de café.

"Uma coisa que acontece muito aqui é que, como a região não é muito plana, o produtor planta, fica esperando a chuva e, quando ela vem, leva tudo".
Neste caso, o mapeamento consegue gerar, por exemplo, imagens e dados capazes de evitar esses desastres, simulando fatores como nível chuvas e altitude do terreno.
"Ao simular as chuvas, a gente faz curvas de nível ou terraços para evitar a erosão, o escoamento das sementes", explica.
Como trabalhar com pulverização
Pode parecer óbvio para alguns, mas, para trabalhar nessa área, não adianta só saber pilotar o drone (algumas vezes, o profissional nem pilota e você vai entender por que mais abaixo). O que é exigido mesmo é que ele entenda de agronomia e, principalmente, sobre os cuidados no uso e manuseio dos agrotóxicos.
Oitenta por cento dos alunos que chegam aqui, chegam sem fazer ideia da parte agronômica
— Felipe Calixto, coordenador de treinamento do Instituto de Tecnologia Aeronáutica Remotamente Controlada (Itarc), que oferta cursos de drones agrícolas.
Em 2021, o Ministério da Agricultura publicou uma portaria exigindo que o aplicador de agrotóxicos via drone:
seja aprovado num Curso para Aplicação Aeroagrícola Remota (CAAR) que seja homologado pelo Ministério da Agricultura, e ofertado por uma escola que esteja registrada no mesmo órgão;
tenha uma frequência mínima de 80% e nota superior a 7 na prova do CAAR;
seja maior que 18 anos;
auxilie e acompanhe o piloto durante as operações com drone de pulverização.
Ou seja, a normativa não exige que o profissional com CAAR seja o piloto do drone ou saiba pilotar um, mas, na prática, o mercado tem se direcionado para cobrar dos profissionais as duas funções.
"Como a norma estipula que esse profissional deve estar presente no campo durante as operações, algumas empresas acabam direcionando os pilotos de drone para realizar esse curso", disse o Ministério da Agricultura ao g1. "É importante acrescentar que a norma permite que o piloto acumule ambas as funções", complementa.
Apesar de tantos detalhes, nem sempre as operações tomam o cuidado devido.
"Na verdade, o que ainda é muito comum é você encontrar pessoas trabalhando com o drone sem essa certificação do Mapa e, inclusive, sem curso de drone", critica Calixto.
"É por isso que um dos nossos trabalhos é criar conscientização. Todo o desenvolvimento do mercado vai depender da seriedade com a qual estamos levando essa atividade", acrescenta o coordenador de treinamento.

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