Qualidade da soja no RS sofrerá redução ‘drástica’, afirma Emater

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A colheita de soja e outros grãos no Rio Grande do Sul foi retomada, apesar do elevado teor de umidade no solo e nas plantas, conforme informou a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

“As perdas aumentam diariamente com o adiamento da operação de colheita, provocando a abertura de vagens, a germinação de grãos ou seu comprometimento pela proliferação de fungos”, destacou a Emater em relatório.

Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater/RS, apontou que a qualidade dos grãos de soja colhidos sofreu uma redução drástica em comparação aos obtidos antes do excesso de chuvas. Ele mencionou que, na safra 2023/24, o Rio Grande do Sul cultivou 6,68 milhões de hectares, a maior área plantada até então.

Segundo Baldissera, a análise mais recente da Emater revelou que 85% das lavouras de soja já foram colhidas, um avanço de 7 pontos percentuais. “Parte dos municípios produtores de soja e alguns agricultores decidiram colher, mesmo com o grão em condições desfavoráveis e durante o período de calamidade”, acrescentou.

A Emater prevê que a colheita não avançará muito além disso, considerando que muitas das lavouras restantes, que representam 15% do total, provavelmente serão abandonadas devido à inviabilidade econômica, uma vez que a colheita dessas áreas não cobre os custos operacionais, de frete, nem os descontos aplicados pelas cerealistas.

Perdas na colheita do milho devido à umidade excessiva

No caso do milho, o excesso de umidade nas últimas semanas resultou em perdas de produtividade e qualidade, devido à germinação de grãos nas espigas, à incidência de doenças fúngicas e ao desenvolvimento de microtoxinas.

“Nessas poucas oportunidades de colheita, a soja foi priorizada em relação ao milho. O período apresentou um avanço de apenas 2% nas operações de colheita de milho em comparação à semana anterior, atingindo 88% da área no Rio Grande do Sul”, informou a Emater. Cerca de 9% das lavouras estão em maturação e 3% em enchimento de grãos.

Colheita de arroz também afetada

A colheita do arroz avançou pouco após um novo período de chuvas. Segundo a Emater, a estimativa é que a área colhida tenha atingido 86% dos 900.203 hectares. A produtividade, inicialmente estimada em 8.325 kg/ha, poderá ser reduzida após a quantificação das perdas.

A Emater informou que parte da produção de arroz é armazenada em silos nas propriedades. “Em alguns casos, a enchente inundou a parte inferior de muitos desses silos, resultando em perdas significativas devido à falta de energia elétrica para ventilação da massa de grãos e à impossibilidade de transporte do produto por causa de danos nas estradas. Até o momento, não há uma estimativa precisa do número de silos inundados pelas águas”, afirmou a Emater.

Fonte: Revista Oeste