Rachaduras em Prédios do 'Minha Casa, Minha Vida' em Alfenas Forçam Evacuação de Famílias
Cerca de cem moradores dos 36 apartamentos de dois blocos do Conjunto Habitacional 'Minha Casa, Minha Vida' precisaram deixar suas residências após a interdição dos imóveis pela Defesa Civil na quarta-feira (13).
A Prefeitura de Alfenas (MG) iniciou, na terça-feira (19), o processo de escoramento dos blocos que apresentaram rachaduras nas paredes, para garantir a segurança do local. A interdição ocorreu depois que as fissuras começaram a se alastrar rapidamente, o que gerou a necessidade de ações emergenciais.
O Residencial São Carlos, que abriga os apartamentos afetados, foi o alvo da medida. De acordo com a prefeitura, as rachaduras aumentaram consideravelmente em um curto espaço de tempo, o que levou a interdição de todos os 36 apartamentos. Para garantir a segurança, o serviço de escoramento foi iniciado a fim de permitir uma análise mais cuidadosa e para estabilizar a estrutura. A ação também incluirá investigações para identificar possíveis responsabilidades. Oito famílias afetadas foram encaminhadas para o Poliesportivo Tancredo Neves e, posteriormente, realocadas para hotéis da cidade, com os custos sendo cobertos pela prefeitura.
Ação da Defesa Civil
A interdição envolveu mais de 30 apartamentos, localizados no bairro Jardim São Carlos, em Alfenas (MG). Maura Dalila Francelino dos Santos, uma das moradoras do conjunto, relatou que as rachaduras se tornaram visíveis após um pequeno tremor na madrugada de domingo para segunda-feira, o que a levou a buscar ajuda. Ela procurou a delegacia, que a orientou a chamar os bombeiros, que confirmaram a gravidade da situação.
“Domingo para segunda, depois da meia-noite, deu um tremorzinho, aí no outro dia já vi as rachaduras e corri atrás disso. Fui na delegacia e me disseram para chamar os bombeiros. Eles vieram e confirmaram que o prédio estava realmente comprometido", contou Maura. "Depende do abrigo, né? Um dia eu tinha tudo, no outro dia, não tinha mais nada."
Diante da emergência, a Defesa Civil do Estado foi acionada. Wander Nogueira da Silva, agente regional da Defesa Civil, explicou que os engenheiros avaliaram a possibilidade de colapso das edificação e que, por isso, as medidas de evacuação e acompanhamento foram tomadas. "É importante acompanhar a evolução das trincas de forma preventiva e garantir o apoio social às famílias afetadas", afirmou o agente.
Investigações e Suspeitas
Na quinta-feira (14), a Defesa Civil informou que a situação estava ainda mais crítica, com cerca de 100 pessoas desabrigadas ou desalojadas devido à interdição dos dois prédios. A prefeitura contratou uma empresa especializada para realizar uma análise da resistência do solo. Após a conclusão dessa avaliação, um laudo será emitido, possibilitando a investigação das causas das rachaduras. Uma das suspeitas é que o problema tenha sido causado por um vazamento na tubulação da Copasa. A companhia de saneamento já enviou uma equipe técnica para investigar o ocorrido.
Em nota, a Copasa declarou que realizará uma perícia técnica para verificar se há relação entre o vazamento, resolvido na última terça-feira, e as rachaduras nos prédios. Se a conexão for confirmada, a companhia tomará as medidas necessárias para solucionar o problema.
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