Relatório Revela R$ 1,5 Bilhão Desviado em Golpes do Pix em 2023
Em 2023, criminosos desviaram R$ 1,5 bilhão por meio de golpes do Pix, segundo um relatório da ACI Worldwide e da consultoria GlobalData divulgado este ano. A pesquisa indica que, a cada R$ 10 mil movimentados em pagamentos instantâneos, R$ 7 foram resultado de fraudes. O estudo abrangeu 40% dos consumidores do país, que movimentaram R$ 19,4 trilhões.
O relatório avaliou golpes financeiros em que o cliente foi induzido a transferir dinheiro usando suas credenciais, excluindo fraudes que burlam a segurança bancária. Aproximadamente 30% dos golpes no país envolvem pagamentos antecipados por produtos ou serviços, enquanto 20% são relacionados a compras de produtos.
Entre os golpes mais comuns está o da “taxa da blusinha”, em que uma mensagem solicita pagamento para liberar um produto supostamente retido nos Correios. Outros golpes frequentes incluem falsos investimentos (17%), pagamento de dívidas (10%) e golpes do romance (7%). Doações para causas como a reconstrução do Rio Grande do Sul também representam 7%. Mais de 60% dos golpes envolvem transferências inferiores a R$ 7 mil.
Comparando com outros países, nos Estados Unidos, R$ 232 de cada R$ 10 mil movimentados são fraudulentos, enquanto na Austrália, o valor é de R$ 82. As perdas com golpes no Brasil estão previstas para ultrapassar R$ 3 bilhões em 2027, conforme a ACI.
Golpes de Pix e Outros Casos de FraudeOs golpes de engenharia social, que usam mensagens enganosas para manipular vítimas, são os crimes patrimoniais mais comuns na internet. No primeiro trimestre de 2024, a rede Working Group (APWG) identificou aproximadamente 1 milhão de casos, representando 20% das fraudes registradas no período.
Criminosos se aproveitam de tendências on-line para atrair vítimas. Recentemente, a empresa de cibersegurança Eset identificou golpes envolvendo mensagens falsas dos Correios, onde bandidos cobram uma nova taxa de importação, conhecida como “taxa das blusinhas”. Para conferir credibilidade ao golpe, os estelionatários criam sites falsos, solicitam o CPF para “identificar” a compra e apresentam uma trajetória genérica do pacote, pedindo pagamento via Pix.
Os consumidores devem estar cientes de que os Correios utilizam apenas o código de rastreio para localizar pacotes.
Outro golpe comum ocorre em aplicativos de relacionamento como o Tinder, onde perfis falsos atraem vítimas para sequestros-relâmpago ou solicitam transferências sob várias justificativas. Muitos desses perfis utilizam fotos roubadas ou imagens geradas por inteligência artificial.
A plataforma Social Catfish, especializada em identificar golpes de paquera, recomenda a realização de buscas reversas para verificar se há mais imagens da suposta pessoa na internet e a busca por nome, telefone, e-mail ou endereço.
Os principais aplicativos de relacionamento, como Tinder, Bumble e Grindr, empregam moderação humana e inteligência artificial para identificar perfis falsos. Tinder e Bumble também oferecem autenticação de perfil, permitindo que o usuário envie uma foto tirada na hora, dentro do aplicativo.
Em casos de fraude, as autoridades recomendam registrar um boletim de ocorrência. No Brasil, dois dispositivos legais tipificam crimes digitais: a Lei de Crimes Cibernéticos, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, e a Lei 14.155 de 2021, que trata da invasão de dispositivos informáticos.
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