Rumble, rival do YouTube, processa Moraes nos EUA por censura e violação da liberdade de expressão
21 de fev.
O Rumble, plataforma de vídeos rival do YouTube, entrou com uma ação judicial contra Alexandre de Moraes nos Estados Unidos, acusando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de censura e de tentar impor a jurisdição brasileira sobre uma empresa estrangeira sem autorização do governo americano.
Fundado em 2013 no Canadá, o Rumble se posiciona como uma rede social voltada para a liberdade de expressão, com regras de moderação mais flexíveis do que plataformas concorrentes. A empresa tem parceria com a Trump Media & Technology Group, grupo de comunicação ligado ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e recebeu investimentos de aliados do republicano, incluindo o atual vice-presidente americano, J.D. Vance.
O embate entre o STF e o Rumble começou em dezembro de 2023, quando Moraes determinou a suspensão de contas e remoção de conteúdos considerados ofensivos dentro da plataforma. Em resposta, o Rumble suspendeu temporariamente seus serviços no Brasil e alegou que a ordem do ministro violava a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de expressão.
Nesta semana, a empresa decidiu levar o caso à Justiça americana, tentando impedir que as determinações de Moraes tenham validade nos Estados Unidos. O CEO do Rumble, Chris Pavlovski, afirmou que não cumprirá as ordens do STF e desafiou o ministro diretamente nas redes sociais, escrevendo em português: “Nos veremos no tribunal”.
O caso se soma a uma série de embates recentes entre Moraes e plataformas digitais, incluindo a aplicação de multas milionárias ao X (antigo Twitter) e a exigência de que a Rumble apresente um representante legal no Brasil. A ação movida pela empresa nos EUA pode gerar uma crise diplomática e reacender o debate sobre a regulação das redes sociais no Brasil.
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