Seca extrema reduz produtividade da cana-de-açúcar e leva usinas a anteciparem colheita
A seca severa que afetou a região centro-sul do Brasil este ano levou a uma diminuição significativa na produtividade da cana-de-açúcar, fazendo com que usinas optassem por antecipar a colheita para minimizar as perdas. Em setembro de 2024, a produtividade foi de 69,7 toneladas por hectare, contra 83,4 t/ha no mesmo mês de 2023, segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
Essa decisão das usinas tem impacto direto no volume processado: até meados de outubro, 538,85 milhões de toneladas de cana foram moídas, um aumento de 2,36% em relação ao ano anterior. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) destacou ainda que a antecipação visa reduzir o efeito da seca e preservar a qualidade do Açúcar Total Recuperável (ATR). A técnica é necessária devido ao déficit hídrico extremo, que compromete a recuperação e a produtividade futura das lavouras.
O impacto ambiental da seca, agravado por queimadas que resultaram em prejuízos para o setor, revela a urgência de políticas de irrigação sustentáveis. A Embrapa indica que métodos como irrigação de salvamento podem auxiliar a produção de forma sustentável, mas que as outorgas de uso de água precisam ser concedidas com cautela para evitar a sobrecarga dos recursos hídricos.
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