Secretária do Ministério da Saúde afirma que "2025 não será igual a 2024" em relação à dengue
16 de jan.
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Ministério da Saúde adota medidas para conter o aumento da dengue no Brasil e prevê que 2025 não será igual a 2024
O Ministério da Saúde está implementando o Plano Nacional de Contenção para Dengue e outras Arboviroses, com a criação do Centro de Operações de Emergência (COE), a fim de controlar o avanço de casos da doença no Brasil. Em entrevista à CNN, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, comentou sobre o cenário de dengue no país, destacando que o aumento de casos previsto para 2025 não se concretizou como esperado.
Maciel explicou que o quadro atual se assemelha mais a 2023 do que a 2024, embora o país tenha registrado um aumento no número de casos de dengue em comparação ao ano passado. De acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, nas duas primeiras semanas de 2023, foram registrados 26.978 casos e 18 mortes.
Já em 2024, esse número subiu para 112.956 casos e 102 mortes. Em 2025, até a última quinta-feira (16), foram reportados 52.938 casos e quatro mortes confirmadas, com 56 ainda sob investigação. “Não há um aumento explosivo, como o visto em 2024”, avaliou a secretária.
A principal preocupação do ministério em 2025 é o retorno do sorotipo 3 da dengue, que estava fora de circulação desde 2008. Maciel alertou sobre a vigilância constante em relação a esse sorotipo, que tem gerado preocupação devido à sua maior incidência em estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná, sendo responsável por quase 41% dos casos registrados nas últimas semanas de 2024.
Além disso, o estado do Acre declarou emergência em saúde pública devido ao aumento de síndromes febris causadas por arboviroses, com uma equipe do Ministério da Saúde já em apoio à região.
Em relação às ações de prevenção e combate à doença, Maciel destacou a antecipação do “Dia D” da vacinação, que ocorreu em 14 de dezembro de 2024, e o uso de novas tecnologias para combater o mosquito Aedes aegypti. Entre as inovações está o método Wolbachia, que envolve a liberação de mosquitos infectados com uma bactéria que impede o desenvolvimento do vírus da dengue. Esse método será aplicado em 40 cidades em 2025, após a experiência bem-sucedida em três municípios no ano anterior.
A secretária ressaltou a importância do envolvimento comunitário para a adoção dessa estratégia.
Outra ação importante é o uso de insetos estéreis para reduzir a população de mosquitos em áreas de baixo impacto ambiental, como em comunidades indígenas e em Fernando de Noronha (PE). Além disso, o Ministério da Saúde tem utilizado Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL) em áreas estratégicas, com a colocação de armadilhas contendo inseticida para atingir as fêmeas do mosquito Aedes.
A secretaria também tem intensificado o contato com as secretarias estaduais e municipais de saúde para melhorar a resposta nacional à doença. Maciel destacou que o ministério tem trabalhado para garantir que os sistemas de saúde estejam preparados para atender adequadamente os pacientes, especialmente após a identificação de falhas no atendimento durante o último ano. Muitas mortes foram registradas devido à falta de uma resposta eficaz para os casos graves de dengue, o que levou à implementação de um aplicativo de classificação de risco para os agentes de saúde.
As ações do Ministério da Saúde visam, assim, fortalecer a prevenção, melhorar o atendimento à população e, acima de tudo, reduzir os impactos das arboviroses no Brasil em 2025.
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