Seis aliados de Bolsonaro falam à PF e general será ouvido sobre 'kids pretos'
24 de fev. de 2024
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O general Estevam Theóphilo Gaspar de Oliveira, que integrou o Alto Comando do Exército até novembro de 2023, é esperado na Superintendência da Polícia Federal em Fortaleza (CE) na sexta-feira (23).
Ele é o único dos 23 intimados a depor no inquérito sobre suposta tentativa de golpe de Estado que não teve de comparecer a uma unidade da PF na quinta-feira (22), quando 16 dos 22 investigados permaneceram em silêncio diante de um delegado.
Um deles foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sergio Nogueira também não responderam às perguntas. Assim como Bolsonaro, alegaram que não tiveram acesso integralmente aos autos.
Ainda não se sabe qual será a estratégia de Teóphilo, que, segundo a investigação, integrava o núcleo de oficiais de alta patente que tramavam para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para manter o Bolsonaro no poder.
Teóphilo era comandante de Operações Terrestres (Coter) e, segundo a PF, cabia a ele o “emprego do Comando de Operações Especiais (COpESP)”, os chamados “kids pretos”, na execução do golpe de Estado.
Esse grupo é treinado em operações de contra-inteligência, insurreição e guerrilha e seria acionado para prender autoridades assim que o plano de golpe de Estado fosse colocado em prática, segundo as investigações da PF.
No último dia 8, Bolsonaro e militares de alta patente que integraram o primeiro escalão do seu governo ou a cúpula das Forças Armadas foram alvo da Operação Tempus Veritatis, da PF.
Eles são suspeitos de formar uma “organização criminosa” para promover um golpe de Estado após a derrota para Lula na eleição de 2022. O ex-presidente foi proibido de manter contato com os demais investigados e seu passaporte foi apreendido.
Dias após a ofensiva da PF, Bolsonaro convocou uma manifestação para este domingo, 25, na Avenida Paulista, em São Paulo. O ex-presidente declarou que pretende aproveitar o ato para se defender das suspeitas que o atingem.
Aliados de Bolsonaro rompem pacto de silêncio e falam à PF
Após analisar a documentação colhida na operação desencadeada em 8 de fevereiro, a PF intimou 23 investigados a depor na quinta-feira, no mesmo horário. Advogados de Bolsonaro tentaram evitar o depoimento. Alegaram que o ex-presidente não teve acesso à íntegra do inquérito da PF. Mas todos os pedidos foram negados pelo STF.
A expectativa era que todos os intimados ficassem calados na quinta-feira, usando a mesma alegação da defesa de Bolsonaro. Mas nem todos seguiram o ex-chefe do Executivo.
Quem decidiu fala em depoimento na quinta-feira
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
Tércio Arnaud (ex-assessor da Presidência)
Filipe Martins (ex-assessor para Assuntos Internacionais; está preso)
Bernardo Romão Correa Netto (assistente do Comando Militar Sul)
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