Soldado israelense deixa Brasil após pedido de investigação por supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza.
gazetadevarginhasi
6 de jan.
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O soldado israelense Yuval Vagdani, alvo de um pedido de investigação da Justiça Federal brasileira, deixou o território nacional no último sábado (4). Segundo informações, o militar viajou de Salvador (BA) para Buenos Aires, Argentina, em um voo comercial. A saída ocorre em meio a acusações de supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza.
O governo de Israel confirmou a retirada rápida e segura do soldado, destacando que a embaixada israelense no Brasil prestou total suporte ao militar e sua família durante o ocorrido. Em nota oficial, o governo alertou seus cidadãos a terem cuidado com publicações em redes sociais sobre o serviço militar, alegando que tais informações podem ser usadas para iniciar processos infundados por grupos anti-Israel.
A investigação contra Yuval Vagdani foi solicitada pela Justiça Federal após uma notícia-crime apresentada por advogados brasileiros. Segundo a acusação, o Brasil, como signatário de tratados internacionais, tem a obrigação de investigar e reprimir crimes de guerra, mesmo que cometidos fora do território nacional. A juíza federal Raquel Soares Charelli determinou que a Polícia Federal (PF) conduza as apurações, com suporte do Ministério Público Federal (MPF).
Porém, a saída antecipada do soldado antes do avanço das investigações levanta questionamentos sobre a postura do governo federal em lidar com aliados estratégicos como Israel. O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu ao caso em suas redes sociais, lembrando a ajuda oferecida por Israel ao Brasil durante a tragédia de Brumadinho, em 2019. Bolsonaro criticou a decisão de abrir investigação contra um militar israelense “de férias no Brasil”, afirmando que o atual governo está comprometendo a relação histórica com o país.
Para a oposição, o caso reflete a falta de firmeza do governo federal ao lidar com temas diplomáticos e estratégias internacionais. A retirada rápida do soldado por Israel expõe uma possível desorganização na condução do caso, que envolvia questões de segurança nacional e respeito a tratados internacionais.
No entanto, especialistas afirmam que o debate é complexo, envolvendo princípios de soberania nacional, direitos humanos e relações bilaterais. Para críticos do governo Lula, o episódio marca mais uma tentativa de priorizar ações que enfraquecem as alianças tradicionais do Brasil.
O caso segue em análise pela PF, enquanto o governo de Israel reafirma que protegerá seus militares de acusações que considera infundadas.
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