Starbucks é alvo de cinco ações trabalhistas desde ‘quebra'; valor supera R$ 100 mil
Salário, aviso prévio adicional de insalubridade e até FGTS aparecem entre as cobranças dos ex-funcionários; cafeteria enfrenta crise no Brasil, mas segue sendo marca de sucesso no exterior
A rede de cafeterias Starbucks tem tido sucesso no mercado internacional e, só nos Estados Unidos, registrou um aumento de 40% em seu lucro. Porém, no Brasil, a situação é bem diferente. A empresa detentora da marca está em recuperação judicial e a rede de cafeterias perdeu dezenas de lojas nas últimas semanas.
Desde então, shopping e fornecedores entraram na Justiça contra a empresa por conta de débitos em aberto. As cobranças não envolvem apenas outras empresas, mas também ex-funcionários. Um levantamento feito pela Itatiaia mostra que, desde o pedido de recuperação judicial, o Starbucks passou a ser alvo de, pelo menos, cinco ações trabalhistas em Minas Gerais. A média é de quase um processo por semana.
As ações foram impetradas nas Varas do Trabalho de Belo Horizonte, Pedro Leopoldo e Contagem. As cobranças individuais variam de R$ 7 mil a R$ 41 mil, enquanto o valor somado das ações ultrapassa a marca dos R$ 100 mil. Entre as cobranças feitas pelos ex-colaboradores, estão salário, aviso prévio, adicional de insalubridade e até FGTS.
Até o momento, apenas um dos processos teve uma audiência realizada. Porém, nenhum representante da Starbucks esteve presente na reunião do dia 7 de dezembro na 1ª Vara do Trabalho de Pedro Leopoldo.Os outros quatro processos têm audiências marcadas para datas entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024.
A Itatiaia entrou em contato com a assessoria da SouthRock, responsável pela marca Starbucks no Brasil, e aguarda retorno. O espaço segue aberto.
A SouthRock Capital, empresa que opera os restaurantes das marcas Starbucks e Subway no Brasil, anunciou, na noite de 31 de outubro, que entrou com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências da Justiça de São Paulo na noite desta terça. Segundo o documento, a companhia tem uma dívida estimada em R$ 1,8 bilhão.
A empresa afirmou que o pedido busca “proteger financeiramente suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica”. O pedido de recuperação judicial da empresa foi negado pela Justiça de São Paulo, que argumentou que as alegações usadas pelos advogados foram “genéricas”. A empresa vai passar por uma perícia prévia para, só depois, ter o pedido de RJ reavaliado.
Entre o pedido de recuperação judicial (31 de outubro) e esta quinta-feira (9), o Starbucks fechou 43 lojas no Brasil, uma média de quase cinco unidades por dia. Na lista de lojas do Starbucks, que está disponível no site da empresa, já não aparecem as unidades dos Shoppings Estação (Venda Nova), Minas Shopping (União) e Cidade (Centro). Uma das três unidades do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, também fechou.
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