Sul de Minas registra 41 mortes por síndromes respiratórias em 2025
gazetadevarginhasi
7 de mai.
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O aumento dos casos de síndromes gripais tem pressionado a rede de saúde em todo o Sul de Minas neste início de ano. Até o final de abril, 408 pessoas foram internadas na região com complicações respiratórias e, infelizmente, 41 vieram a óbito. A situação crítica reflete uma tendência em todo o estado, levando o governo de Minas Gerais a decretar situação de emergência em saúde pública na última sexta-feira.
Em Varginha, a UPA registrou uma alta de até 20% nos atendimentos relacionados a síndromes gripais. Diariamente, mais de 600 pessoas procuram a unidade, sendo cerca de 10% desses atendimentos relacionados a doenças respiratórias. Crianças e idosos são os grupos mais vulneráveis, e a alta procura por leitos de UTI e enfermaria preocupa gestores.
O decreto estadual permite acelerar medidas emergenciais e facilita o acesso a recursos federais. Em âmbito municipal, a Prefeitura de Varginha também estuda declarar situação de emergência para reforçar o atendimento à população. Segundo o secretário de Saúde da cidade, Adrian Nogueira, um plano de contingência está sendo elaborado.
“Estamos analisando um plano de contingência e também um plano emergencial na contratação de profissionais da área de saúde para que a gente estenda ainda mais os nossos atendimentos, tanto na UPA quanto nas unidades de saúde, no Centro de Especialidade da Criança e no Hospital Bom Pastor, onde tem atendimento de pediatria também”, afirmou o secretário.
Entre as quatro regionais de saúde do Sul de Minas, a de Varginha lidera o número de internações, com 163 registros e 13 mortes. As demais regionais também apresentam alta nos casos, reforçando o alerta para a população.
A situação tem reflexos também no comércio. Em farmácias da região, a procura por antigripais, antialérgicos e vitaminas cresceu 15% nos últimos dias. O gerente Eduardo Pereira afirma que a demanda exige constante reposição dos estoques. “A gente está sempre em contato com os fornecedores para adquirir preços melhores e condições para os nossos clientes, também não deixar o estoque zerar”, explicou.
Vacinação ainda abaixo do ideal
Apesar da gravidade do cenário, a adesão à vacina contra a gripe segue baixa nas maiores cidades do Sul de Minas. A imunização está disponível gratuitamente nos postos de saúde e é destinada a toda a população. No entanto, entre o público-alvo — como idosos, gestantes e profissionais da saúde —, os índices estão muito aquém do esperado.
Pouso Alegre tem a maior cobertura vacinal até o momento, com 21,43%. Em seguida vêm Poços de Caldas (20,56%), Varginha (13,30%) e Passos, com apenas 7,14%.
“É importante a vacinação porque a pessoa evita as complicações que a doença pode causar. Minhas crianças já vacinaram, só que eu, como não sabia que era para todo mundo ainda, eu não fui. Devia ter ido, mas agora vou voltar e vou vacinar”, completou o secretário Adrian Nogueira.
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