SUS passa a oferecer vacina contra o vírus sincicial respiratório
18 de fev.
Reprodução
O Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) irá incorporar duas novas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo bronquiolite.
A primeira tecnologia é o anticorpo monoclonal nirsevimabe, destinado a proteger bebês prematuros e crianças com até 2 anos de idade que nascem com comorbidades. A segunda é a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, que será aplicada em gestantes para garantir a proteção do bebê nos primeiros meses de vida.
Essas tecnologias foram avaliadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e mostraram um impacto positivo na prevenção de hospitalizações e óbitos infantis, como destacou o Ministério da Saúde. A estratégia visa reduzir a mortalidade infantil associada ao VSR, através da imunização ativa de gestantes e bebês prematuros.
Estudos apresentados à Conitec indicam que a vacina para gestantes pode evitar cerca de 28 mil internações anuais, enquanto a combinação dessas medidas beneficiará aproximadamente 2 milhões de bebês, protegendo-os nos primeiros meses de vida, a fase mais vulnerável a complicações. A portaria incorporando essas tecnologias será publicada nos próximos dias.
Entenda as tecnologias:
O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção imediata contra o VSR, sem necessidade de estimular o sistema imunológico da criança a produzir anticorpos. Essa característica torna o medicamento especialmente útil para bebês prematuros e crianças com menos de 2 anos e com comorbidades.
A vacina recombinante contra os vírus A e B do VSR estimula a resposta imunológica na mãe, fazendo com que o recém-nascido receba anticorpos durante a gestação, garantindo proteção nos primeiros meses de vida, período crítico para complicações.
Números:
O VSR é responsável por aproximadamente 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de 2 anos. Estima-se que uma em cada cinco crianças infectadas precise de atendimento ambulatorial, e uma em cada 50 seja hospitalizada no primeiro ano de vida.
Entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros por complicações causadas pelo VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.
Atualmente, a principal opção de prevenção disponível no SUS é o palivizumabe, destinado a bebês prematuros extremos e crianças com até 2 anos que apresentam doenças pulmonares crônicas ou cardiopatias congênitas graves.
Com a introdução do nirsevimabe, a expectativa é proteger 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual. Já a vacina para gestantes pode beneficiar cerca de 2 milhões de bebês nascidos vivos, ampliando significativamente a proteção contra o VSR.
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