Aumento de Casos de Doenças Infecciosas Preocupa Especialistas e OMS
gazetadevarginhasi
19 de jul. de 2024
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foto: Divulgação
No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento de casos de sarampo no mundo. No Brasil, o crescimento das notificações de coqueluche preocupa o Ministério da Saúde. Além disso, as mortes por dengue em 2024 alcançaram números históricos, com um aumento significativo nos casos confirmados em comparação ao ano passado.
Essa tendência não é exclusiva do Brasil. Uma análise da consultoria Airfinity e da Bloomberg News mostrou que, em 44 países ou territórios, pelo menos uma doença infecciosa teve um surto dez vezes maior do que os números pré-pandemia. O levantamento usou dados de mais de 60 organizações e agências de saúde globais.
Os surtos foram de 13 doenças transmissíveis, incluindo gripe, sarampo, poliomielite, dengue e tuberculose. Alexandre Naime, infectologista e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), afirma que não há evidências de que estamos mais doentes após a pandemia de Covid-19, mas há reflexos das ações tomadas durante a pandemia.
Um exemplo é a queda na cobertura vacinal de doenças erradicadas. Esse fenômeno, que começou em 2018, foi exacerbado durante a pandemia. A cobertura vacinal da BCG, que previne formas graves de tuberculose em crianças, caiu de mais de 95% em 2018 para 65,63% em 2021. Para a poliomielite, a cobertura caiu de 89,59% em 2018 para 66,62% em 2021.
Durante a pandemia, a disseminação de fake news impulsionou a adesão à pauta anti-vacina, afetando a cobertura vacinal de diversas doenças, além da Covid-19, explica Naime à CNN. Rosana Richtmann, infectologista e consultora em vacinas da Delboni, diz que a desconfiança na vacinação está ligada à falta de percepção de risco das doenças.
Quando as pessoas não conhecem uma doença, porque ela foi eliminada ou parcialmente eliminada pela vacinação, acabam não temendo a doença e, portanto, não se vacinam. "Isso é preocupante, pois há muita divulgação de notícias falsas que geram dúvidas sobre a eficácia e segurança das vacinas", acrescenta Richtmann.Fonte:CNN
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