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Tarifaço de Trump afeta indústria automotiva global e pode frear investimentos no Brasil

  • gazetadevarginhasi
  • 9 de abr.
  • 2 min de leitura
Reprodução
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A guerra comercial iniciada com o novo "tarifaço" do presidente americano Donald Trump já começa a impactar diretamente a indústria automotiva global. Desde 3 de abril, veículos importados para os Estados Unidos passaram a pagar um imposto de 25%, medida que acendeu o alerta em montadoras de diferentes países e tem reflexos diretos para o Brasil e o México.

Montadoras como Nissan e Volkswagen estão ajustando suas operações em resposta à medida. No Brasil, o efeito pode ser sentido especialmente nos veículos produzidos no México, como o Nissan Versa e a Ford Maverick, que hoje entram no país sem impostos, graças a um acordo comercial firmado em 2002 e renovado em 2019.

Brasil e México na mira
Em 2024, o Brasil importou aproximadamente 35 mil veículos mexicanos, incluindo modelos populares como o Volkswagen Jetta, o Nissan Sentra e a RAM 3500. Essas importações, antes isentas de tarifas, agora ganham um novo peso diante da mudança no cenário comercial global.
Durante décadas, montadoras americanas aproveitaram os baixos custos de produção no México. No entanto, com as novas tarifas, essa vantagem econômica pode se dissolver, levando à realocação de fábricas e redesenho de estratégias de produção.

Impacto sobre os investimentos
Márcio de Lima Leite, ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), afirmou que as tarifas impostas pelos EUA podem provocar uma fuga de investimentos previstos para o Brasil e Argentina. Segundo ele, montadoras podem optar por utilizar a capacidade ociosa que será gerada no México em vez de investir os R$ 190 bilhões planejados para a região até 2030.
“Muitas empresas vão evitar os 25% extras. Isso pode significar que fábricas deixem o México para retornar aos EUA, ou que essas unidades passem a atender mercados como o brasileiro. Assim, investimentos previstos aqui podem simplesmente não acontecer”, explicou Leite.

Paralisações e cortes
A resposta das montadoras tem sido rápida. A Stellantis, dona de marcas como Jeep e Dodge, suspendeu a produção no Canadá e no México. Nos EUA, quase mil funcionários foram afastados, já que produziam peças para unidades afetadas pelas mudanças.
A Chrysler enfrenta incertezas: sua minivan Pacifica, fabricada em Windsor (Canadá), é hoje o único modelo da marca em produção. Se os envios forem interrompidos, a Chrysler pode desaparecer do mercado americano.

Setor de luxo também é afetado
Montadoras de carros de luxo também sentiram o impacto. A Nissan suspendeu a exportação dos SUVs Infiniti QX50 e QX55, montados no México. Já a Jaguar Land Rover paralisou os envios do Reino Unido para os EUA em abril e estuda as alternativas diante do cenário adverso.
O Grupo Volkswagen foi ainda mais incisivo: cancelou todos os envios vindos do México. Modelos como o Audi Q5, o Volkswagen Jetta e o Tiguan, todos fundamentais para o mercado americano, estão parados na fronteira, o que pode gerar escassez e impacto nas vendas nos próximos meses.

A nova política comercial dos EUA pode redefinir o mapa global da indústria automotiva, deslocando investimentos, forçando a reconfiguração da produção e exigindo respostas estratégicas rápidas dos países afetados. Para o Brasil, o alerta está aceso: o tarifaço pode custar muito mais do que vendas — pode travar o crescimento do setor pelos próximos anos.

Fonte:O tempo

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Gazeta de Varginha

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