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Tarifas de Trump podem afetar a inflação no Brasil? Entenda

  • gazetadevarginhasi
  • 3 de abr.
  • 2 min de leitura
Reprodução
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O Brasil está entre os países menos impactados pelas tarifas recíprocas impostas pelo governo de Donald Trump, com uma taxação de 10% sobre seus produtos. Ainda assim, especialistas alertam que o aumento da tarifa média pode gerar efeitos indiretos, especialmente no câmbio, o que pode pressionar os preços no longo prazo.

Embora o impacto inflacionário imediato seja limitado, analistas apontam que possíveis oscilações no dólar podem alterar esse cenário. A valorização da moeda americana, impulsionada por juros mais altos nos Estados Unidos, tende a desvalorizar o real, tornando importações mais caras e encarecendo produtos no mercado brasileiro.

“O primeiro reflexo será um aumento da inflação nos Estados Unidos, o que pode levar o Federal Reserve a elevar os juros. Quando isso ocorre, o dólar se fortalece globalmente, e outras moedas perdem valor”, explica Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior.

De acordo com o Peterson Institute of International Economics, apenas as tarifas impostas sobre México, Canadá e China devem gerar um custo adicional de US$ 1.200 por ano às famílias americanas, elevando a inflação dos EUA em cerca de 3%. Isso pode pressionar ainda mais o Fed a aumentar os juros, impactando o câmbio e podendo gerar repasses de preços para o Brasil.

Contudo, um fator pode limitar esse movimento: o risco de estagflação nos EUA. A combinação de desaceleração econômica com inflação alta cria um dilema para o banco central americano, que precisará equilibrar a contenção de preços com a necessidade de estimular a economia.

“Há uma tendência de desaceleração global significativa, e isso pode influenciar as decisões do Fed sobre os juros”, avalia Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos. Ele também destaca que a reação dos países mais afetados pelas tarifas será determinante. Caso haja retaliações comerciais, os efeitos sobre a economia mundial podem ser ainda mais profundos.
Um relatório da XP aponta que a inflação gerada pelas tarifas nos Estados Unidos tende a ser temporária. No entanto, setores exportadores de commodities podem ser beneficiados, caso ocorra uma guerra comercial. “Favorecemos produções baseadas nos EUA, proteções contra inflação e exposição a exportadoras”, diz o documento, assinado por estrategistas da XP.

O agronegócio brasileiro, por exemplo, já se beneficia da maior demanda chinesa por produtos como soja e milho, que antes eram importados dos EUA. Esse aumento na procura no mercado internacional pode, por sua vez, elevar os preços desses produtos dentro do Brasil.

Dessa forma, embora as tarifas de Trump não impactem diretamente a inflação brasileira no curto prazo, o câmbio e as dinâmicas do comércio global podem modificar esse quadro, exigindo atenção do mercado e das autoridades econômicas.

Fonte:Cnn

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Gazeta de Varginha

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