top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Taxação do aço nos EUA pode gerar concessões para o Brasil, avalia Fiemg

  • gazetadevarginhasi
  • 11 de fev.
  • 2 min de leitura
Taxação do aço nos EUA pode gerar concessões para o Brasil, avalia Fiemg
Reprodução
A taxação de 25% sobre aço e alumínio imposta pelos Estados Unidos deve impactar a economia brasileira, mas o país pode obter concessões, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A entidade se posicionou pouco antes da assinatura do decreto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, em Washington.

“Caso essa medida seja efetivamente implementada, trará impactos negativos, considerando que as exportações desses produtos para o mercado norte-americano são expressivas para a economia brasileira”, afirmou a Fiemg. No entanto, a entidade ponderou que, por se tratar de uma tarifa aplicada globalmente, o cenário manteria os países em um patamar competitivo semelhante.

Minas Gerais, maior produtor de aço bruto do Brasil, responde por cerca de 30% da produção nacional, conforme dados do Instituto Aço Brasil. O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, minimizou possíveis danos ao setor siderúrgico brasileiro, destacando que, no passado, o Brasil conseguiu concessões mesmo diante de sanções similares. “Grande parte das nossas exportações são de produtos semielaborados, que passam por processos de industrialização nos EUA, muitas vezes em empresas coligadas a companhias brasileiras. Isso pode ser um fator favorável para que o Brasil não saia prejudicado dessa situação”, avaliou.

As siderúrgicas instaladas no Brasil, como ArcelorMittal, Ternium e CSN, devem ser as mais afetadas pela medida, com um impacto estimado de até US$ 6 bilhões nas exportações de aço para os EUA.

O professor Hugo Garbe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, alertou para possíveis dificuldades financeiras no setor, que podem afetar empregos e investimentos. “Se o Brasil decidir retaliar com tarifas sobre produtos americanos, pode haver impactos em outras cadeias produtivas que dependem do comércio bilateral”, observou.

Nos EUA, a taxação pode resultar no aumento do custo de insumos essenciais para a indústria automotiva e da construção, elevando preços para os consumidores. O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, considera que a medida tem impacto limitado, pois ainda há incerteza sobre sua aplicação total ou uso como estratégia de negociação comercial.

A produção mundial de aço atingiu 1,89 bilhão de toneladas em 2023, sendo a China responsável por mais da metade desse volume. Os Estados Unidos, segundo maior importador mundial, adquiriram 26,4 milhões de toneladas no último ano, sendo 4,08 milhões provenientes do Brasil.

Trump justificou a medida alegando concorrência desleal, citando o excesso de oferta global, especialmente da China, que estaria pressionando os preços. O aço continua a ser estratégico para diversos setores, como construção civil, indústria automotiva e transição energética, além de ser um dos principais emissores de gases de efeito estufa devido ao seu método de produção tradicional.

Na Europa, investimentos na descarbonização da indústria do aço foram comprometidos pelo cenário econômico atual, enquanto nos EUA a US Steel enfrenta dificuldades e foi alvo de uma tentativa de aquisição pela japonesa Nippon Steel, posteriormente bloqueada por Joe Biden e Donald Trump.
Fonte: Correio Brasiliense

Comments


Gazeta de Varginha

bottom of page