Tensão com Israel: Lula Deve Decidir Sobre Projeto de Celebração da Amizade Brasil-Israel

Desde que iniciou seu terceiro mandato em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mantido uma relação marcada por tensões com o governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Essas tensões se intensificaram com o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em outubro do mesmo ano.

Lula agora se vê diante de uma decisão importante: sancionar ou vetar até quarta-feira (18) o projeto de lei que estabelece 12 de abril como o “Dia de Celebração da Amizade Brasil-Israel”. A análise do texto ocorre em um momento de crescente frieza nas relações entre o governo brasileiro e o Estado de Israel, especialmente devido às declarações de Lula, que tem criticado veementemente a resposta de Israel à agressão do Hamas.

O presidente tem se posicionado de maneira crítica em relação às ações militares de Israel na Faixa de Gaza, acusando o país de ações desproporcionais e chegando a classificar a operação como “genocídio”, fazendo comparações com o Holocausto. Este posicionamento levou Israel a declarar Lula “persona non grata”, uma medida rara e extrema nas relações diplomáticas, indicando uma profunda reprovação por parte do Estado israelense.

O projeto de lei que Lula agora deve analisar foi apresentado no Congresso há 12 anos, durante o primeiro mandato da então presidente Dilma Rousseff. Em 2013, Dilma vetou uma proposta semelhante que estabelecia o dia 29 de novembro como o “Dia da Celebração da Amizade Brasil-Israel”, justificando a decisão com o fato de que nessa data é comemorado o “Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina”, instituído pela Assembleia Geral da ONU.