Trilheiro resgatado de topo de pedra para transplante de rim deseja voltar para montanha após alta
27 de set. de 2023
Paciente renal fazia trilha na Serra dos Órgãos, em Petrópolis, e foi levado para receber rim em hospital de Juiz de Fora
Homem recebeu a notícia sobre o transplante enquanto fazia trilha. FOTO: Reprodução/ Redes sociais
Imagina que você precisa fazer um transplante e está na lista de espera há nove anos. Você vai fazer uma trilha e recebe a informação que encontraram um órgão compatível, mas você está em um lugar de difícil acesso e não consegue sair de forma mais rápida. Por isso, o Corpo de Bombeiros resgata você de helicóptero e te leva até um hospital para realizar o processo.
Parece cena de filme, mas é uma história real. É o que aconteceu com o mineiro Ricardo Medeiros de Oliveira, de 48 anos. Ele estava na lista de espera para um trasplante de rim e realizou o processo no domingo (24) na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
No último fim de semana, Ricardo estava fazendo uma trilha na região montanhosa na Pedra do Sino, na Serra dos Órgãos, em Teresópolis, Rio de Janeiro, quando recebeu a notícia tão aguarada.
“Eu estava lá em cima na Pedra do Sino e de repente o celular tocou, coisa difícil acontecer, de ter sinal lá em cima. O pessoal falou que tinha saído do rim para mim, que era para eu dar um jeito de descer, mas eu falei que infelizmente, no local que eu estava, era impossível descer, porque é em torno de 4 horas até chegar ao centro de Teresópolis. Pedi que avisassem que eu não poderia ir. Eu fiquei com psicológico bem abalado, mas 2 minutos depois ligaram de novo e falaram para eu ficar onde tinha sinal que eles estavam acionando o Corpo de Bombeiros para me buscar de helicóptero. Foi uma mistura muito louca de sentimento de não tá acreditando que aquilo estava acontecendo, não sabia se ria, se chorava, se agradecia…”.
O cirurgião vascular que realizou o procedimento Marcio de Souza, que é da equipe de transplantes da Santa Casa, explica que a cirurgia foi um sucesso e o que diferencia das demais foi o contexto.
“Foi um transplante tecnicamente de rotina, porém a onde se encontrava o Ricardo é que fugiu totalmente ao usual. Histórias de transplantes, a gente tem várias, mas tanto de deslocamento de equipe, a incidentes, quase acidentes, fatos engraçados, mas de um paciente resgatado para o transplante de uma situação de isolamento para mim foi a primeira vez”.
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