Troca de farpas entre Zema e Lula esquenta debate sobre obras e dívidas estaduais
24 de jan.
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (23/1), em Guaxupé, no Sul de Minas. Zema retomou sua insatisfação com a duplicação da BR-381, conhecida como "rodovia da morte", que, segundo ele, continua apenas como uma promessa recorrente de sucessivas gestões federais.
Zema não poupou palavras sobre a lentidão na execução da obra:"Essa obra já foi anunciada por diversas gestões federais, mas nunca saiu do papel. Quando a duplicação realmente começar, estarei lá para cumprimentar pessoalmente. Até lá, prefiro resultados a discursos. Espero que, desta vez, a promessa se concretize e Minas Gerais veja um problema histórico resolvido."
O governador também criticou o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), aprovado recentemente no Congresso. Segundo ele, o regime anterior de renegociação oferecia condições mais vantajosas para estados exportadores como Minas Gerais:"Talvez falte ao governo federal mais conexão com a realidade dos estados mais endividados. Nossa situação fiscal exige medidas concretas, não apenas promessas."
Ausência em evento e troca de farpas
Zema foi alvo de críticas do presidente Lula por não comparecer à assinatura do contrato de concessão da BR-381, realizada na quarta-feira (22/1). Durante o evento, Lula afirmou:"O governador de Minas deveria vir aqui me entregar um troféu por ser o primeiro presidente que não vetou nada de nenhum governador ou prefeito, mesmo sendo de oposição."
Em resposta, Zema minimizou o evento, classificando-o como burocrático. Em uma publicação nas redes sociais, declarou:"O PT prometeu essa mesma obra durante 188 meses de governo e não entregou. Quando houver máquinas na pista ou inauguração de trechos, estarei lá. Meu foco é trabalhar, não perder tempo com eventos protocolares."
A troca de farpas entre o governador e o presidente também envolveu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre os vetos presidenciais à Lei Complementar 212/2025, que regulamenta o Propag. Zema pediu apoio dos parlamentares para derrubar os vetos e garantir maior previsibilidade fiscal ao estado.
O embate ganhou contornos polêmicos após Lula comparar o Propag a uma atitude que "Jesus Cristo faria se estivesse na presidência". Zema rebateu de forma contundente:"Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil."
A tensão entre o governo estadual e federal revela os desafios de alinhamento político e administrativo, especialmente em temas cruciais como infraestrutura e finanças públicas, que impactam diretamente a população mineira.
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