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Verme que causa meningite é encontrado em moluscos de 26 cidades do RJ

  • gazetadevarginhasi
  • 7 de jan.
  • 2 min de leitura

Reprodução
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Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram moluscos terrestres infectados com o verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, em 26 municípios do Rio de Janeiro.

Esse achado revela o risco de transmissão da doença na região. O estudo inédito foi conduzido pelo Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz, que é referência do Ministério da Saúde para estudos sobre moluscos. Entre 2015 e 2019, 2.600 moluscos foram coletados em 46 municípios da Região Metropolitana e Centro Fluminense.

Desses, 230 estavam infectados, representando 9% da amostra.
De acordo com Silvana Thiengo, chefe do laboratório, os resultados indicam um risco epidemiológico de meningite eosinofílica, considerando a alta densidade de algumas espécies de moluscos e a ampla distribuição do parasita. Ela destaca a importância de conhecer a distribuição dos hospedeiros infectados, o que pode ajudar na vigilância e no diagnóstico mais rápido da doença nos serviços de saúde.

Os moluscos foram coletados manualmente em locais como terrenos baldios, parques e praças. Das 14 espécies identificadas, seis estavam infectadas com o verme. A espécie Achatina fulica, o caramujo gigante africano, foi a mais frequente e a que apresentou o maior número de animais infectados. Silvana enfatiza que essa espécie contribui para a propagação do parasita devido à sua alta taxa de reprodução, aumentando o risco de infecção em áreas urbanas densamente povoadas.

Os pesquisadores também identificaram uma infecção inédita ao encontrar caracóis da espécie L. unilamellata infectados pelo verme. Estes moluscos são comuns em áreas urbanas e podem ser encontrados em pátios de residências, hortas e terrenos baldios, locais onde também habitam roedores urbanos, que são hospedeiros definitivos do parasita.

A infecção por A. cantonensis ocorre acidentalmente, geralmente por ingestão de moluscos infectados ou de seu muco. Uma vez dentro do corpo humano, o parasita pode causar inflamação nas meninges, que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Os sintomas incluem dor de cabeça, rigidez na nuca, febre, distúrbios visuais, náuseas, vômitos e sensação de formigamento ou dormência.

Embora a maioria dos casos se cure espontaneamente, a doença pode se agravar e até ser fatal.

Em abril de 2024, uma morte por meningite eosinofílica foi registrada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde caramujos infectados foram encontrados. Desde o início da epidemia, cerca de 40 casos da doença foram confirmados no Brasil, e mais de 100 casos suspeitos foram relatados em diversos estados.

A prevenção depende de medidas de higiene e do controle da proliferação dos hospedeiros. Nunca se deve consumir moluscos de origem desconhecida, especialmente crus ou malcozidos. É importante também usar luvas ao manusear caramujos, caracóis ou lesmas e higienizar vegetais corretamente antes de consumi-los. O extermínio do caramujo gigante africano deve ser feito com água fervente, salmoura ou cloro, e suas conchas devem ser quebradas e descartadas adequadamente.

Os pesquisadores pedem que as prefeituras intensifiquem a coleta e análise de moluscos, além de reforçar a limpeza urbana e a educação em saúde, para reduzir o risco de infecção na população.

Fonte:Cnn

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Gazeta de Varginha

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