Zema, após desentendimentos com governo Lula, deve estar presente em cerimônia da BR-381

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Após uma série de desentendimentos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente em relação à adesão de Minas Gerais ao Propag e à concessão da BR-381, o governador Romeu Zema (Novo) deverá comparecer à cerimônia de início das obras da rodovia, que ocorrerá nesta quinta-feira (6), em Belo Oriente. Embora houvesse a expectativa de que o presidente Lula também estivesse presente, ele será representado pelos ministros Renan Filho (Transportes) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), com quem Zema também teve discussões.

O evento marcará o início do plano de 100 dias para a concessão do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, na região Leste de Minas Gerais. Embora Zema tenha se ausentado da cerimônia de assinatura do contrato de concessão em janeiro, ele manifestou nas redes sociais que estaria disponível para ações relacionadas à obra, como fiscalização e inauguração de trechos, mas preferiu não participar de "eventos burocráticos".

Interlocutores do governo de Minas afirmam que Zema participa do evento de forma a manter sua posição e sem receios de um possível desconforto com figuras do governo federal, destacando que o governador tem boa relação com Renan Filho.

Neste mesmo dia, o presidente Lula retoma sua agenda de viagens após a cirurgia realizada em dezembro, com visitas ao Rio de Janeiro e à Bahia, mas ainda não há previsão de viagens a Minas Gerais.

Desentendimentos passados Zema havia se ausentado do evento de janeiro, quando o contrato de concessão da BR-381 foi assinado em Brasília. Na ocasião, sua falta foi criticada, e ele já vinha trocando críticas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), sobre os vetos de Lula ao Propag, que resultaram em um intenso bate-boca. Zema reclamou dos vetos ao programa e respondeu aos ataques de Haddad, reafirmando que Minas fez a sua parte ao manter as contas equilibradas.

Durante a cerimônia sobre a BR-381, Renan Filho destacou que Zema fazia uma "cobrança política", enquanto o governo federal tem dado atenção significativa a Minas Gerais. Lula, por sua vez, acusou Zema de ingratidão e ressaltou a importância de reconhecer as ações do governo federal em benefício do Estado.

Fonte:O tempo