Israel intensifica ataques em Gaza; sirenes soam em Tel Aviv e Jerusalém
- Elisa Ribeiro
- 16 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Nova ofensiva israelense frustrou a expectativa de um cessar-fogo para retirada de estrangeiros da região
As esperanças de um breve cessar-fogo no sul de Gaza para permitir que os portadores de passaportes estrangeiros deixem o enclave palestino sitiado e que ajuda seja levada ao local foram frustradas, nesta segunda-feira, com a intensificação dos bombardeios israelenses antes de uma esperada invasão terrestre.
Moradores de Gaza, governada pelo Hamas, disseram que os ataques durante a noite foram os mais pesados em nove dias de conflito. Muitas casas foram destruídas e o número de mortos aumentou, segundo eles.
Esforços diplomáticos estão em andamento para levar ajuda ao enclave, que tem sofrido bombardeios israelenses implacáveis desde o ataque a Israel em 7 de outubro por militantes do Hamas que matou 1.300 pessoas - o dia mais sangrento da história de 75 anos do Estado.
"As sirenes podiam ser ouvidas até Ramallah [aproximadamente 15 km ao norte de Jerusalém]", disse o correspondente do canal asiático Al Jazeera.
O grupo palestino Hamas afirma ter disparado foguetes contra Jerusalém e Tel Aviv em resposta aos ataques das forças israelitas à Gaza 'que visavam civis'. As tropas e os tanques israelenses já estão concentrados na fronteira.
Autoridades de Gaza disseram que, até o momento, pelo menos 2.808 pessoas foram mortas pelos ataques israelenses, um quarto delas crianças, e pelo menos 10.850 ficaram feridas. Outras 1.200 pessoas estão desaparecidas e acredita-se que estejam sob os escombros.
Já no lado de Israel ao menos 1.400 pessoas morreram e outras 3.500 ficaram feridas, segundo o governo israelense. As autoridades estimam ainda que há cerca de 199 reféns em Gaza.
Exército de Israel divulga imagens de ataques ao Hamas; Universidade Islâmica de Gaza foi destruída:
À medida que a crise humanitária se agrava, com escassez de alimentos, combustível e água, centenas de toneladas de ajuda de vários países foram retidas no Egito enquanto se aguarda um acordo para sua entrega segura a Gaza e a retirada de alguns portadores de passaportes estrangeiros pela passagem de fronteira de Rafah.
No início da segunda-feira, fontes de segurança egípcias disseram à Reuters que um acordo havia sido alcançado para abrir a passagem e permitir a entrada de ajuda no enclave.
Mas o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou em um comunicado: "No momento, não há trégua e ajuda humanitária em Gaza em troca da saída de estrangeiros".

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