Regional de Passos registrou 9 casos deste tipo só neste ano. Especialistas alertam para a possibilidade de prevalência das infecções pelo sorotipo 2 da dengue na região.
O sorotipo 2 da dengue tem sido uma fonte de preocupação para as autoridades de saúde no Sul de Minas, especialmente na região de Passos. Segundo os especialistas, este subtipo é mais propenso a causar casos graves da doença.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG), a Regional de Passos registrou nove casos de dengue causados pelo sorotipo 2 apenas em janeiro deste ano. Ao longo do ano passado, foram seis casos registrados ao todo.
Além disso, a Regional de Saúde de Varginha também reportou dois casos confirmados. Já a Regional de Pouso Alegre e Alfenas ainda não tiveram registros, conforme a SES.
Joziana Barçante, coordenadora do núcleo de pesquisa biomédica da Universidade Federal de Lavras (UFLA), explica que a infecção por esse subtipo pode levar a complicações graves de saúde.
Ela destaca que, enquanto uma pessoa infectada por um determinado sorotipo desenvolve imunidade a esse tipo específico, a exposição a outros sorotipos pode resultar em casos mais graves de dengue.
"Não significa que o tipo 1, 2, 3 ou 4, sejam mais graves um do que o outro. O que significa é que cada vez que a gente entra em contato com um vírus diferente daquele que nos causou a primeira infecção, a gente vai ter uma tendência a desenvolver uma doença mais grave. Por isso preocupa o aumento de número de casos desses sorotipos circulando na nossa região".
Ainda conforme Barçante, a "maioria das pessoas que já teve um quadro de dengue normalmente vai estar associado ao vírus do tipo 1, que era o que mais circulava".
A médica infectologista Gabriela Sabbadini Andrade alerta para a possibilidade de uma prevalência maior do sorotipo 2 na região neste ano, considerando que muitas infecções por dengue podem passar despercebidas devido à apresentação assintomática ou leve dos sintomas. Isso aumenta o risco de propagação do vírus.
"A gente tem que sempre pensar que existe uma parcela significativa da população que não teve o diagnóstico confirmado e isso faz com que aumente ainda mais esse risco do contágio pelo tipo 2", comenta.
Em relação aos sintomas, a infectologista destaca que não há diferenças marcantes entre os sorotipos, com todos eles apresentando febre, mal-estar, dores no corpo, entre outros. A distinção ocorre principalmente nos resultados dos exames laboratoriais.
Dengue
Quatro sorotipos da dengue circulam no Brasil: 1, 2, 3 e 4;
A pessoa diagnosticada com a dengue só cria anticorpos (defesa) do sorotipo específico que contraiu, portanto, pode pegar dengue novamente se for um sorotipo diferente.
O sorotipo 1 é o mais comum nas infecções registradas na região. Além disso, uma parte grande da população não tem anticorpos para o tipo 2 da doença. Por isso, há o risco maior de infecção nos moradores em caso de contato com o mosquito transmissor.
Diante da preocupação com a propagação do sorotipo 2 da dengue, é crucial adotar medidas eficazes de prevenção e controle da doença. Algumas das estratégias fundamentais incluem:
Eliminação de criadouros que possam acumular água parada, como pneus, vasos, garrafas e recipientes de armazenamento;
Uso de repelentes, especialmente durante as horas do dia em que os mosquitos são mais ativos;
Mosquiteiros e telas de proteção para impedir a entrada de mosquitos em ambientes internos.
FONTE:G1
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