Trump retira isenção de impostos para remessas da China e impõe tarifa de até 120%
gazetadevarginhasi
5 de mai.
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O governo de Donald Trump removeu, nesta sexta-feira (2), a isenção de impostos para remessas de baixo valor vindas da China e de Hong Kong, medida que atinge diretamente varejistas como Shein, Temu, AliExpress e até traficantes de fentanil, segundo o governo americano.Agora, itens com valor de até US$ 800 enviados por correio estão sujeitos a uma tarifa de 120% ou uma taxa fixa de US$ 100 por pacote — que subirá para US$ 200 a partir de junho.
Trump justificou a decisão como resposta às práticas comerciais “injustas” da China e também a uma crise de saúde pública causada pelo fentanil. O governo afirma que substâncias ilegais estavam entrando disfarçadas de produtos eletrônicos e se beneficiando da isenção, sem inspeções alfandegárias rígidas.
A política anterior, que vigora desde 1938 e foi expandida sob Barack Obama, permitia que produtos de até US$ 800 entrassem nos EUA sem cobrança de taxas e com trâmite alfandegário simplificado. Em 2023, mais de 1 bilhão de itens entraram no país sob essa isenção, segundo dados oficiais.
Os maiores beneficiados pelo regime eram os varejistas online chineses. O fim da isenção afeta diretamente setores como vestuário (35% das exportações chinesas diretas ao consumidor), eletrônicos de consumo (22%), decoração (17%) e cosméticos (7%). A corretora Nomura estima que o impacto poderá reduzir em 0,2 ponto percentual o PIB da China e cortar em 1,3 ponto o crescimento das exportações.
Empresas como Shein e Temu não comentaram publicamente, mas no passado já pediram por uma política mais “transparente e equilibrada”. A Amazon também poderá ser impactada, já que havia começado a usar essa política para seus próprios envios diretos da China via o serviço “Haul”.
A medida promete gerar efeitos significativos no comércio eletrônico global e poderá inspirar outras regiões, como União Europeia e Sudeste Asiático, a adotarem políticas semelhantes.
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