Atraso em obra no Sul de Minas leva Artemig a instaurar processo contra concessionária

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O descumprimento do contrato de melhorias no acesso à cidade de Pratápolis, no Sul de Minas, levou a Agência Reguladora de Transporte de Minas Gerais (Artemig) a instaurar um processo administrativo contra a concessionária Via Nascentes, responsável pela administração da rodovia MG-050. A obra de construção de uma rotatória alongada no trevo de entrada do município, prevista para ser concluída em julho de 2024, permanece inacabada. O atraso aumenta o risco de acidentes e preocupa motoristas que trafegam frequentemente pela região.

A estrutura projetada tem como objetivo organizar o fluxo de veículos e reduzir os riscos em um ponto de alto tráfego, marcado por curvas e visibilidade reduzida. A situação se agravou com o crescimento no número de caminhões circulando na região, tornando o local ainda mais perigoso. Enquanto o impasse se arrasta no âmbito administrativo, moradores e autoridades locais cobram providências.

O comerciante Tarlei Rodrigues, que utiliza o trecho ao menos três vezes por semana, aponta a urgência da intervenção. “Poderia fazer uma rotatória, um trevo adequado para receber os usuários que passam aqui com menos velocidade, porque o fluxo de caminhão hoje é muito grande. Se aumentou o fluxo, teria que aumentar também as estradas”, destaca.

O problema afeta, principalmente, os motoristas que chegam de São Sebastião do Paraíso. Para acessar Pratápolis, é necessário parar completamente em um ponto de tráfego intenso, com geometria desfavorável. “O acesso é muito ruim, tem uma curva onde acontece acidente com frequência. E fazendo essa obra, melhoraria o acesso para os moradores de Pratápolis e quem trafega nesse trevo”, afirma o secretário de Infraestrutura do município, Vagno Donizete Alves.

A demora na execução da obra também foi discutida em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada em 17 de novembro. O encontro reuniu autoridades, representantes da concessionária e moradores da região, que reforçaram a urgência das melhorias prometidas.

A Artemig confirmou que o prazo para a conclusão da obra expirou e, diante do não cumprimento contratual, instaurou o processo administrativo para apuração dos fatos e adoção de providências. A medida pode resultar em penalidades à empresa, caso sejam comprovadas falhas na execução do contrato.

Procurada, a concessionária Via Nascentes informou que assumiu há pouco mais de um ano a gestão da antiga concessionária da MG-050 e, desde então, vem promovendo melhorias ao longo da rodovia. A empresa afirmou que realiza inspeções rotineiras nos trechos sob sua responsabilidade para avaliar necessidades e definir ações, mas não informou os motivos do atraso na execução da rotatória de acesso a Pratápolis.

Enquanto aguarda a conclusão do processo administrativo, a população cobra celeridade.

A expectativa é de que as intervenções saiam do papel e que o trevo deixe de ser sinônimo de risco para quem depende da rodovia no dia a dia.