Barroso critica sancoes americanas e defende ministros do STF

Divulgação - Redes Sociais - Barroso fez um discurso em defesa das decisões do Supremo sobre a trama golpista

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luis Roberto Barroso, se pronunciou nesta quarta-feira (17/9) a respeito das sancoes aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil, que incluem taxas sobre produtos nacionais, e sobre a investigacao americana contra integrantes do Judiciario, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, alvo da Lei Magnitsky.

Barroso negou qualquer "caca as bruxas ou persegucao", justificativa apresentada pelo governo americano para aplicar a lei contra Alexandre. O ministro tambem rechaçou a ideia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e tres meses de prisao pela 1ª Turma do STF por liderar a tentativa de golpe entre 2021 e 2023, seria vitima de campanha da corte.

"Tudo o que foi feito baseou-se em provas, evidencias exibidas publicamente", afirmou Barroso. "Nesse contexto, e simplesmente injusto punir o pais, seus trabalhadores e suas empresas por uma decisao amplamente baseada em provas, comprometendo suas empresas e seus trabalhadores. Tambem e injusto punir ministros que, com coragem e independencia, cumpriram o seu papel."

O presidente do STF destacou ainda que a sociedade brasileira, em grande maioria, reconhece a tentativa de golpe e a importancia de julgar os responsaveis. "Esse e um chamamento ao dialogo e a compreensao, pelo bem dos nossos paises, de uma longa amizade e da justica", acrescentou.

Barroso criticou a interferencia internacional em assunto interno. "Nenhuma decisao do Supremo Tribunal Federal brasileiro tem pretensao de alcance extraterritorial. Nos so cuidamos do nosso jardim", declarou.

Além de Alexandre de Moraes, outros sete ministros do STF tiveram suspensos seus vistos de entrada nos Estados Unidos. Somente Luiz Fux (que votou pela absolvicao de Bolsonaro na 1ª Turma), Kassio Nunes Marques e Andre Mendonca nao sofreram restricoes.

Fonte: Conjur