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Cientistas Desenvolvem Inseticida Sustentável e Eficaz com Nanotecnologia

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) e do Instituto de Química da Unicamp criaram um inseticida inovador, mais eficaz e sustentável, utilizando nanotecnologia. Este novo inseticida envolve um sistema de liberação controlada da molécula tiametoxam, encapsulada em nanomicelas poliméricas, tornando a aplicação de nanopesticidas mais eficiente que os pesticidas convencionais.

Os nanopesticidas, que contêm nanomateriais em sua composição, oferecem alta eficiência de aplicação e menor toxicidade ambiental. No estudo da Embrapa e Unicamp, o inseticida foi formulado pelo nanoencapsulamento do ingrediente ativo, resultando em uma liberação sustentada pelas nanopartículas, alta estabilidade e especificidade.

“Os resultados indicaram que as nanoestruturas foram eficazes com uma dose aproximadamente duas vezes menor comparada às formulações comerciais”, afirmou Marcia Assalin, analista da Embrapa e coordenadora do estudo, apoiado pela Fapesp.

Testes e Eficácia
A eficiência do nanoinseticida foi testada no controle do inseto Diaphorina citri, responsável pela disseminação do greening, uma doença incurável que afeta plantas cítricas. O novo produto pode reduzir o número de aplicações, diminuir a resistência das pragas ao inseticida, e minimizar o impacto ambiental e os custos.

Ljubica Tasic, professora da Unicamp, destacou que o nanoinseticida mostrou baixa toxicidade a organismos aquáticos usados em estudos de ecotoxicidade. Segundo ela, o produto exemplifica como a nanotecnologia pode promover práticas agrícolas mais sustentáveis. A agricultura sustentável visa aumentar a produção utilizando menos recursos, reduzindo o impacto ambiental e preservando a saúde dos ecossistemas.

Solubilidade e Sustentabilidade
O greening é uma das principais doenças dos citros, transmitida pelo Diaphorina citri, sem resistência genética nas plantas cítricas. O tiametoxam, desenvolvido pela Embrapa e Unicamp, é um inseticida solúvel em água e sujeito à rápida degradação por fotólise. Marcia Assalin ressalta que a aplicação convencional do inseticida pode resultar em perdas devido a técnicas de aplicação, condições ambientais e degradação, exigindo repetidas aplicações e aumentando os custos e riscos ambientais.

As formulações de pesticidas nanoencapsulados permitem liberação controlada e proteção contra degradação prematura, tornando o uso do inseticida mais eficiente e sustentável. Assalin enfatiza a necessidade de avaliar os impactos em humanos e no meio ambiente para viabilizar seu uso na agricultura.
Fonte: Revista Oeste

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