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CNJ celebra dois anos de Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, com impacto em diversas áreas da Justiça

  • gazetadevarginhasi
  • 17 de mar.
  • 2 min de leitura
CNJ celebra dois anos de Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, com impacto em diversas áreas da Justiça
Reprodução
Lançado em 2021 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero tem como objetivo orientar a magistratura a adotar diretrizes que promovam a equidade entre homens e mulheres no âmbito da justiça. A medida busca garantir que os julgamentos considerem questões de gênero, raça e etnia, trazendo maior equidade e inclusão para o sistema judiciário.

Em 2023, o CNJ consolidou esse compromisso ao criar a Resolução nº 492/2023, que tornou obrigatória a capacitação de magistrados e magistradas em direitos humanos, com foco em gênero, raça e etnia, sob uma abordagem interseccional. A resolução, que completou dois anos de vigência nesta segunda-feira (17/03), já demonstra resultados significativos. Mais de 8 mil decisões judiciais foram proferidas com base nas diretrizes do protocolo.

Uma das principais iniciativas dentro da implementação dessa norma foi a criação do Comitê de Acompanhamento e Capacitação sobre Julgamento com Perspectiva de Gênero, coordenado pela conselheira Renata Gil. Este comitê, que atua de forma nacional e permanente, tem a missão de monitorar a aplicação da resolução, além de elaborar estudos e sugerir melhorias no sistema de justiça para tratar das causas abordadas pelo protocolo.

Uma ação relevante dessa implementação foi a criação do Banco de Sentenças e Decisões com Aplicação do Protocolo, uma plataforma digital que reúne decisões judiciais que aplicam a perspectiva de gênero. O banco funciona como um repositório das atividades dos tribunais e outros segmentos da Justiça sobre o tema. Até o momento, o banco conta com mais de 8.134 decisões registradas, com a maior parte delas provenientes da Justiça Estadual.

Nos primeiros anos de operação, o CNJ registrou os primeiros casos no banco, mas as cortes e conselhos de justiça começaram a contribuir com os dados, aumentando significativamente o número de decisões. Em 2023, foram adicionadas 23 decisões, mas em 2024, o número saltou para 6,1 mil registros. Este ano, só nos primeiros meses, quase 2 mil novas decisões foram cadastradas.

As principais temáticas abordadas no banco de decisões incluem violência doméstica, ameaças, perseguições e descumprimento de medidas protetivas. No entanto, a aplicação do protocolo não se limita à violência de gênero. O banco mostra que a metodologia também tem sido aplicada em outras áreas da Justiça, como no caso de uma trabalhadora grávida que foi demitida de forma injusta. O Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (TRT-2), em São Paulo, utilizou o protocolo para garantir os direitos da gestante, assegurando a retificação da carteira de trabalho e o pagamento de multa pela empresa.

Outro exemplo foi o uso do protocolo pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) no julgamento de um recurso sobre fraude à cota de gênero nas eleições. O tribunal identificou a utilização de candidaturas fictícias para cumprir o percentual mínimo de mulheres exigido pela Lei das Eleições, resultando na invalidação das candidaturas do partido político envolvido.

A aplicação do protocolo, portanto, se estende a diversos ramos da Justiça, mostrando seu impacto na busca por maior equidade e justiça para mulheres e pessoas de diversas identidades de gênero em todo o Brasil.
Fonte: CNJ

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Gazeta de Varginha

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