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Coluna Agenda 21 - 01/03/2024


Proatividade negligenciada


Dia desses, numa caminhada com uma amiga, passamos por duas vezes por uma marmita de isopor jogada no chão, bem no meio da pista. Nas duas vezes desviamos e continuamos caminhando. Na terceira volta, antes que desviássemos novamente, um caminhante que estava à nossa frente a tirou do caminho, juntando tudo no meio-fio. Nem foi a melhor solução para aquele lixo espalhado por ali, mas foi muito mais do que nós fizemos, distraídas que estávamos na conversa. Ele evitou que alguém, ainda mais distraído, pudesse escorregar e sofrer danos sérios.

Esta semana foi condenado à prisão um homem que estuprou uma mulher desacordada numa rua de Belo Horizonte. O caso foi o seguinte: a moça bebeu demais numa festa e um amigo a colocou num carro de aplicativo para que fosse para casa. No caminho, ela dormiu (ou desmaiou...). O motorista, chegando ao destino, tocou a campainha e, como ninguém atendeu, deixou a moça sem sentidos sozinha na calçada. Foi então que o estuprador a encontrou. Como essa história podia ter terminado diferente? Quantas pessoas “lavaram as mãos” ao invés de agir de forma compassiva, o que evitaria esse desfecho trágico?

Há um fenômeno estudado em Psicologia Social chamado “efeito espectador” ou difusão de responsabilidade, que se refere à situação em que algo de errado está acontecendo (um acidente, uma violência, uma emergência) na presença de várias pessoas e pensamos: com certeza alguém já chamou a polícia, o Samu, os bombeiros, com certeza alguém mais vai ajudar. E seguimos nosso caminho ou ficamos assistindo sem agir. Outras vezes, como nesse caso do estupro, pensamos: não é minha responsabilidade. A empatia vencida pela apatia.

Minha filha e meu genro acolheram um cachorrinho atropelado aqui perto de casa. Sorte deste cãozinho terem sido eles, e não eu, quem apareceu em seu socorro. Talvez eu não tivesse tido a proatividade que eles tiveram, não soubesse como agir. Ainda tenho muito que melhorar nesse quesito.
E vocês? Tomam a iniciativa da ação ou ficam inertes, esperando que alguém (outras pessoas ou o Governo) resolva o problema? Boa reflexão para o fim de semana.

* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.


Engº Civil Alencar de Souza Filgueiras

Presidente do Fórum da Agenda 21 Local

Presidente do Conselho Fiscal do IBAPE/MG



Gazeta de Varginha

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