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Proatividade negligenciada
Dia desses, numa caminhada com uma amiga, passamos por duas vezes por uma marmita de isopor jogada no chão, bem no meio da pista. Nas duas vezes desviamos e continuamos caminhando. Na terceira volta, antes que desviássemos novamente, um caminhante que estava à nossa frente a tirou do caminho, juntando tudo no meio-fio. Nem foi a melhor solução para aquele lixo espalhado por ali, mas foi muito mais do que nós fizemos, distraídas que estávamos na conversa. Ele evitou que alguém, ainda mais distraído, pudesse escorregar e sofrer danos sérios.
Esta semana foi condenado à prisão um homem que estuprou uma mulher desacordada numa rua de Belo Horizonte. O caso foi o seguinte: a moça bebeu demais numa festa e um amigo a colocou num carro de aplicativo para que fosse para casa. No caminho, ela dormiu (ou desmaiou...). O motorista, chegando ao destino, tocou a campainha e, como ninguém atendeu, deixou a moça sem sentidos sozinha na calçada. Foi então que o estuprador a encontrou. Como essa história podia ter terminado diferente? Quantas pessoas “lavaram as mãos” ao invés de agir de forma compassiva, o que evitaria esse desfecho trágico?
Há um fenômeno estudado em Psicologia Social chamado “efeito espectador” ou difusão de responsabilidade, que se refere à situação em que algo de errado está acontecendo (um acidente, uma violência, uma emergência) na presença de várias pessoas e pensamos: com certeza alguém já chamou a polícia, o Samu, os bombeiros, com certeza alguém mais vai ajudar. E seguimos nosso caminho ou ficamos assistindo sem agir. Outras vezes, como nesse caso do estupro, pensamos: não é minha responsabilidade. A empatia vencida pela apatia.
Minha filha e meu genro acolheram um cachorrinho atropelado aqui perto de casa. Sorte deste cãozinho terem sido eles, e não eu, quem apareceu em seu socorro. Talvez eu não tivesse tido a proatividade que eles tiveram, não soubesse como agir. Ainda tenho muito que melhorar nesse quesito.
E vocês? Tomam a iniciativa da ação ou ficam inertes, esperando que alguém (outras pessoas ou o Governo) resolva o problema? Boa reflexão para o fim de semana.
* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
Engº Civil Alencar de Souza Filgueiras
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