Durante anos a educação permaneceu inalterada, desde os primórdios, da educação aprendida nas salas das residências dos nobres e seus afetos, às salas de aulas das mais diversas instituições de ensino. Muitas totalmente fechadas, e aos poucos ao longo dos anos, outras mais abertas à possibilidade de receber “gente do povo”. O professor dominantemente como único detentor do conhecimento, e os alunos como páginas em branco de um livro a ser escrito. Por séculos essa foi a maneira de obter o conhecimento.
Na segunda metade do século XIX, dezenas de milhares de pessoas por todo Brasil, ávidos por conhecimento, tiveram seus primeiros contatos com o aprendizado, através de Roquette Pinto, que tinha como preocupação genuína, que os meios de comunicação servissem a esse nobre propósito de ensinar, via radiofonia, chegando aos mais longínquos rincões do nosso país continental. Mais tarde, a disseminação dos cursos à distância, com os cursos de eletrônica, e de consertos de aparelhos eletroeletrônicos, lançados pelo “Instituto Monitor” de São Paulo. Não podemos deixar de citar que muitos aprenderam a tocar seus violões e outros instrumentos, com as cartilhas enviadas pelos institutos.
Muito tempo se passou, e apenas os habitantes privilegiados das grandes cidades e os abastados, com condições de residir fora do seu domicílio, tinham o “direito” às instituições de graduação, até que nos idos de 1990, muitas instituições universitárias começaram a oferecer cursos à distância. Com a anuência e o fomento dos órgãos governamentais, veio a regularização da oferta de cursos EAD no país, e muitos, em muitas localidades passaram a ter o direito de sonhar em se graduar.
Mas com certeza os leitores estão ávidos por saber mais.
Se há aprendizado nos cursos EAD para que no mercado de trabalho, os egressos dessa modalidade consigam fazer frente aos profissionais de instituições presenciais?
Na nossa concepção a educação de qualidade não está amparada pela modalidade, e sim pela primazia da oferta que é feita aos muitos alunos disponibilizados às IE pelo ensino médio, e àqueles que ao longo dos anos permaneceram às margens da educação. Não somos melhores que os alunos do passado, somos diferentes, mas ávidos por conhecimentos, prontos para as muitas descobertas que ainda permearão esse século, que caminha de forma generosa para completar seus 30 primeiros anos.
Nossas ferramentas são infinitamente mais rápidas que as ferramentas que possuíam os nossos colegas dos anos 1980, possibilitando que nossas pesquisas sejam mais dinâmicas, e com certeza mais eficientes. Podemos navegar, “tocar” com facilidade e de forma instantânea, conhecimentos de instituições de que no passado apenas sabíamos da existência. Por museus e salas das quais raramente ouvíamos falar, de um mundo onde as coisas aconteciam, e nós meros coadjuvantes de uma realidade que somente nos chegava pelos noticiários, com atraso de semanas, meses.
Continua...
Engº e prof. Marco Antônio de Oliveira (coordenador de Cursos da Universidade de Uberaba/Conselheiro do Crea-MG/Coordenador da CEAP-Minas)
Artigo gentilmente cedido pelo autor a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
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