Com Selic a 15%, Brasil ocupa 2º lugar global em ranking de juros reais, atrás apenas da Turquia

O Brasil subiu para o segundo lugar no ranking mundial de juros reais, perdendo apenas para a Turquia, segundo levantamento do portal Money You em parceria com a Lev Intelligence. A escalada ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar, na quarta-feira (18), a taxa Selic para 15% ao ano — maior patamar desde julho de 2006.

Descontada a inflação projetada, a taxa real de juros no Brasil passou de 8,65% para 9,53% ao ano. Na Turquia, líder do ranking, os juros reais estão em 14,44%. Logo abaixo do Brasil aparecem Rússia (7,63%), Argentina (6,70%) e África do Sul (5,54%).

O Copom justificou a nova alta de 0,25 ponto percentual citando a necessidade de controlar as expectativas de inflação, que seguem acima da meta:

• 5,2% para 2025

• 4,5% para 2026, segundo a pesquisa Focus.

“As expectativas de inflação permanecem desancoradas e exigem uma política monetária significativamente contracionista por um período prolongado”, afirmou o Banco Central.

A decisão surpreendeu o mercado, gerando críticas, especialmente do setor industrial, que teme o efeito do aperto monetário sobre o crescimento econômico.

Além dos fatores internos, o relatório aponta ainda os riscos geopolíticos globais, como a escalada de tensão entre Irã e Israel, que impactam as expectativas econômicas e ampliam as incertezas fiscais e políticas no Brasil.